Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2018
Meryl Streep, que bateu o seu próprio recorde com a 21ª indicação ao Oscar, impressionou especialmente dois membros da Academia de Hollywood: Tom Hanks e Steven Spielberg, seus colegas em “The Post: A guerra secreta”.
“Esta é a primeira vez que Meryl Streep e Tom Hanks atuam juntos na tela”, lembrou o diretor. Eles interpretam a dona e o editor do jornal “Washington Post” em conflito com o então presidente Richard Nixon nos EUA dos anos 1970. “Assim que li, contei as cenas que tinha com Meryl. Quantas vezes terei essa oportunidade?”, disse Hanks.
“The Post: A guerra secreta” estreia nesta quinta-feira no Brasil.
Análise do filme
O novo filme de Steven Spielberg exige que se quebre uma barreira de proteção entre o papel do Bonequinho e o efeito que a história provoca. Em geral, numa crítica, busca-se um distanciamento do objeto, como se o crítico fosse um sujeito frio, sem preferências pessoais. Isso é irreal em todas as situações, ainda mais com “The Post”.
Tudo bem que o diretor muitas vezes segue esquemas pré-definidos, mas a história é conduzida para nos lembrar do quanto uma imprensa livre é essencial para se garantir a democracia. O debate foi posto em 1971, quando o governo do presidente americano Richard Nixon tentou impedir a publicação de reportagens – primeiro do “New York Times”, depois do “Washington Post” – revelando documentos secretos sobre a Guerra do Vietnã, um material que entrou para a História como “Pentagon papers”.
O ponto de vista do filme é o da redação do “Washington Post”, dirigida na época por Ben Bradlee e de propriedade de Kay Graham. O caso foi parar na Suprema Corte. Para a turma de Nixon, mesmo que revelassem mentiras divulgadas pelo governo, os documentos deveriam ser mantidos secretos em nome da tal segurança nacional.