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Esporte Mesmo com prioridade, atletas paralímpicos brasileiros não sabem se conseguirão se vacinar antes de Tóquio-2020

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A nadadora Maiara ficou tetraplégica após um acidente de moto em 2009. (Foto: Douglas Magno/CPB)

Ansiedade e incerteza. Faltando pouco mais de cinco meses para a Paralimpíada de Tóquio, estes são sentimentos comuns a muitos atletas paralímpicos brasileiros, que ainda não sabem se conseguirão se vacinar contra a Covid-19 a tempo dos Jogos – marcados entre 24 de agosto e 5 de setembro – mesmo fazendo parte de grupos de risco e com prioridade para receberem a imunização. Não há ainda previsão de data para a vacinação dos grupos com comorbidades e deficientes permanentes, segundo o cronograma federal.

“No ritmo que as coisas estão, acho que não conseguirei me vacinar antes dos Jogos, infelizmente. Ainda tem muitos profissionais de saúde e idosos que precisam mais do que eu. Tento não pensar nisso”, diz a nadadora Maiara Barreto, de 33 anos, prata no Parapan de Lima, em 2019 (50m costas, classe S3). “Quero focar em conseguir o índice, mas confesso que essa questão me deixa ansiosa.”

Maiara, que ficou tetraplégica após um acidente de moto em 2009, tem quadro pulmonar comprometido como uma das consequências da lesão. Ela redobrou os cuidados com a higiene. Como precisa de ajuda para empurrar sua cadeira de rodas, fica mais exposta.

“Também por esta questão, a vacina me deixaria mais tranquila. Mas vivemos um cenário incerto, sem vacina suficiente, as coisas mudando a toda hora. O que vai acontecer até agosto?”, questionou Maiara.

Segundo o Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19, Maiara tem prioridade por causa da “limitação motora, que causa grande dificuldade ou incapacidade para andar e subir escadas” segundo atualização do Ministério da Saúde. No último dia 19, o grupo de “pessoas com deficiência grave” foi alterado para “pessoas com deficiência permanente” e teve especificações divulgadas. Ganhou mais de 7,7 milhões de pessoas, entre surdos, cegos, com limitação motora e deficiências intelectuais.

O grupo de “comorbidades” contempla quadros de pneumopatias crônicas, hipertensão, síndromes coronarianas, arritmias cardíacas, doença real, entre outras.

Ricardinho, camisa 10 do Brasil no futebol de 5, para cegos, terá preferência. Ele diz, no entanto, que não se sente prioridade no momento atual. Seu único “porém” é a provável convocação para a seleção pentacampeã mundial e tetracampeã paralímpica. Ele é o melhor do mundo da modalidade e o Brasil já tem vaga garantida em Tóquio.

“Acredito que mesmo que eu use o tato para “enxergar”, não sofro com questões importantes de saúde. Tenho sido cauteloso para evitar o contato das mãos no rosto. E acho que tem mais gente precisando do que eu”, disse Ricardinho, para quem a imunização deveria ser exigida pela organização dos Jogos. “Se não fosse pela viagem a Tóquio, acho que não precisaria de prioridade.”

A vacinação segue fila de prioridades e o Ministério da Saúde explicou, em nota, que as datas são divulgadas conforme a disponibilidade dos imunizantes. Mas não informou qual a previsão nem os lugares na fila dos grupos citados na matéria. Informou ainda que haverá pré-cadastro automático para os que são atendidos pelo SUS. Os demais deverão apresentar no ato da vacinação algum documento que ateste o pertencimento a um destes grupos de risco, como exames ou receitas médicas.

O total de beneficiados em todos os grupos prioritários passa dos 77 milhões.

Em nota, o Comitê Paralímpico do Brasil (CPB), que espera ter 230 atletas em Tóquio, afirmou que acompanha o plano de vacinação no país e não quis comentar sobre a imunização a tempo dos Jogos. Na Rio-2016, o país ficou em oitavo lugar no quadro de medalhas.

Edênia Garcia, de 33 anos, nasceu com a síndrome Charcot-Marie-Tooth e tem os movimentos da cintura para baixo e de parte dos membros inferiores e superiores comprometidos. Cadeirante, se preocupa com o contato das mãos e os pneus.

“Acabei de fazer checkup e estou ótima de saúde. Estou nessa lista mesmo assim?”, pergunta Edênia, que, no entanto, gostaria de se vacinar para Tóquio. “Queria ver uma luz no final do túnel antes de agosto. Não me sentiria segura de competir num local em que várias pessoas não estarão vacinadas. Eu, inclusive. Não é só sobre mim. É sobre todos”, completou.

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