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Por Redação O Sul | 11 de março de 2020
Doença se espalha cada vez mais rápido e, segundo especialistas, deve continuar a crescer
Foto: ReproduçãoDepois da epidemia centralizada na China, o novo coronavírus Sars-CoV-2 conseguiu ultrapassar fronteiras e nesta terça-feira (10) já havia chegado a 109 países. Metade deles apresentou o registro do primeiro caso apenas neste mês de março. O vírus surgiu em dezembro de 2019, com primeiro relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) em 21 de janeiro.
São 109 países afetados e a China; desses 109, 53 reportaram seus casos entre dezembro e 29 de fevereiro. O restante, 56 casos (51%), tiveram suas primeiras infecções nos últimos 10 dias.
Jimmy Withworth é professor de Saúde Pública Internacional na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, na Inglaterra. Ele analisou as medidas restritivas dos países. Segundo ele, os casos devem continuar crescendo no Brasil e no mundo nas próximas semanas. Ainda é cedo para fazer uma previsão de fim do coronavírus.
“Epidemias são diferentes em cada país, as circunstâncias das epidemias em diferentes países são diferentes, os governos precisam decidir qual é a melhor coisa a ser feita e o que será aceitável para a população. Muita transparência sobre o que está acontecendo, quantos casos existem e onde estão, é muito importante para controlar algo como isso”.
Na segunda-feira (09), a Itália resolveu implementar uma quarentena em todo o país. Withworth acredita que em cerca de três semanas devemos ver se a medida será efetiva ou não.
“É uma parceria entre o governo e a população. E cada um precisa fazer sua parte. O governo não consegue fazer isso sem que as pessoas concordem. E as pessoas devem fazer porque protege elas mesmas, os amigos delas, as famílias delas, e a vizinhança”.
O professor avalia que é cedo para o Brasil e qualquer outro país da América Latina implementar uma medida tão restritiva, já que não há transmissão comunitária, quando as autoridades de saúde não conseguem rastrear de onde veio a contaminação. O caminho, segundo ele, é continuar detectando os casos e fazendo isolamentos locais.
“O Brasil está em um estado bem inicial. O País quantificou na semana passada 25 casos [atualmente, o número é 34], e é país que tem mais casos na América Latina, mas também é o maior país em território, então isso não é surpreendente. Agora é hora de isolar os casos e investigá-los, enquanto ainda são poucos. É provável que continuem crescendo, ainda mais se o isolamento não for bem feito”.
Posição da OMS
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou na segunda-feira que a “ameaça de pandemia” pelo Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, é real.
“Agora que o novo coronavírus está presente em muitos países, a ameaça de uma pandemia tornou-se muito real”, declarou Tedros. “Mas seria a primeira pandemia da história que poderia ser controlada. O ponto principal é: não estamos à mercê deste vírus”, disse.