Quinta-feira, 09 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de fevereiro de 2018
Durante a reunião no Rio de Janeiro neste sábado (17) com autoridades para tratar da intervenção federal no Estado, o presidente Michel Temer anunciou pela primeira vez sua decisão de criar o Ministério da Segurança Pública. Até então Temer só tinha tratado do tema em consultas com integrantes da equipe. Mesmo assim, ele não anunciou nenhum nome para a futura pasta.
Temer chegou ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, às 12h15min deste sábado (17). Ele foi acompanhado dos ministros da Fazenda, Henrique Meireles; e da Secretaria-Geral da Presidência República, Moreira Franco.
O helicóptero, com a comitiva presidencial, pousou no campo do Fluminense, que fica ao lado da sede do governo estadual. Eles foram recebidos pelo governador Luiz Fernando Pezão e pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Desde cedo, o interventor da segurança no Rio, general Walter Braga Netto, estava reunido com o governador.
A reunião serviu para detalhar o decreto publicado ontem (16), oficializando a intervenção federal na área de segurança do estado do Rio e apresentar o general Braga Neto.
Ministério da Segurança Pública
De acordo com o que já vinha sendo elaborado no governo, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Penitenciário Nacional e a Secretaria de Segurança Pública sairiam da alçada do Ministério da Justiça e ficariam sob o comando da nova pasta.
O Ministério da Justiça seguiria desenvolvendo políticas preventivas de combate às drogas e programas de recuperação de ativos no exterior, além de ficar responsável pelos temas relacionados a estrangeiros e refugiados, pelo combate a carteis econômicos e pela defesa do consumidor.
Irritação
Temer se irritou neste sábado (17) com a avaliação de que ele decidiu a intervenção federal no Rio para lavar as mãos sobre a reforma da Previdência. Nos próximos dias, ele adotará o discurso de que, se houver votos para a Previdência , em 10 dias, ele cessa a intervenção. E que isso já foi acertado com Luiz Fernando Pezão, governador do Rio.
No contexto da intervenção suspensa, Temer e Pezão acertaram que o governador manterá toda a estrutura montada pelo general Braga Netto – e que ele passará a secretário de segurança pública no Rio. Assim, seria mantida uma espécie de intervenção branca.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já avisou reiteradamente que só vai pautar a reforma da Previdência se houver votos. E como hoje não há apoio, é possível também que não seja necessária a interrupção.
Medida
A intervenção do Governo Federal na segurança pública do Rio de Janeiro começou a ser planejada há pouco mais de um ano. Em várias ocasiões, a ideia foi rechaçada pelo governador Luiz Fernando Pezão. Militares do Ministério da Defesa, contam que a decisão já estava tomada e que havia um plano para ser implementado a qualquer momento. As imagens de violência durante o carnaval carioca foram a gota d’água.
A lista de problemas que levaram à intervenção é extensa, de acordo com especialistas e militares: fracasso das Unidades de Polícia Pacificadora, calamidade financeira, expansão da milícia, corrida armamentista do tráfico.