Brasil Michel Temer decide antecipar sua volta de viagem à China
Por Redação O Sul | 1 de setembro de 2017
O presidente Michel Temer decidiu antecipar em um dia sua volta da China, onde participa de reunião dos Brics. Segundo ministros da cúpula e seus principais assessores, o motivo nada tem a ver com a possibilidade de vir à tona, nos próximos dias, uma segunda denúncia contra o presidente. No entanto, o fantasma de uma nova denúncia tem atormentado o presidente e seus aliados.
Segundo seus principais interlocutores, a antecipação do retorno de Temer é para ajudar nos esforços de aprovar os destaques ainda pendentes do projeto da mudança da meta fiscal para, assim, o governo poder enviar uma proposta de Orçamento para 2018 que não seja fictícia, como a enviada ontem ao Congresso pelo presidente interino, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Se antes Temer chegaria ao Brasil na quarta-feira (6), o plano agora é chegar na terça-feira (5), a tempo de ainda pegar os deputados na cidade, já que o feriado do 7 de setembro vai encurtar a semana. Terça e quarta são os dias de maior trabalho no Congresso, e por isso, segundo auxiliares, a decisão de retornar mais cedo a Brasília.
“Isso não tem nada a ver com denúncia, mas a coisa mais importante agora é a aprovação dos destaques da meta para aprovar um Orçamento real. Não dá para ficar com um Orçamento que todo mundo sabe que não é o verdadeiro”, afirmou ao jornal O Globo um dos ministros da cúpula do governo.
Segundo esse ministro, a presença do “general” no quartel vai ajudar a apressar a aprovação dos destaques da mudança da meta e, assim, resolver a questão da proposta do Orçamento.
“Tem que ter um esforço concentrado, e é uma coisa muito importante para não ter o general no comando da batalha”, completou.
Acordos
Temer e o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, participaram, nesta sexta-feira (1), da assinatura de 14 atos internacionais. Parte deles são acordos bilaterais entre os dois governos e parte são acordos privados, que devem gerar negócios e investimentos no Brasil.
Entre as ações, foram fechados acordos para facilitação de vistos de turismo e de negócios entre os dois países. Outro ato prevê uma parceria para coprodução cinematográfica entre Brasil e China. Na ocasião também foi assinado um memorando de entendimento sobre comércio eletrônico.
Entre os atos do setor privado, foi assinado o licenciamento da Fase 2 da Usina de Belo Monte; além de um memorando de entendimento entre a Confederação Brasileira de Futebol e a Associação Chinesa de Futebol sobre cooperação no esporte.
Também foi fechado um acordo-quadro entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Sinosure para prestação de garantias a investidores chineses no Brasil e um Contrato de Financiamento da China Communication and Construction Company para Construção do Terminal de Uso Privado no Porto de São Luís. No total, o setor privado assinou oito atos.
Antes da assinatura dos atos, o presidente da República conversou com o presidente chinês e afirmou que Brasil e China têm relações prósperas e, ao mesmo tempo, afetuosas. Temer agradeceu o convite para a visita oficial e destacou a importância da parceria entre os dois países. (Leticia Fernandes/AG e Portal Planalto)
