Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de dezembro de 2017
O presidente Michel Temer afirmou na quarta-feira (20) que está “saudável” e “inteiro” e não descartou a possibilidade de disputar a reeleição em 2018.
Temer afirmou que seu desejo é governar o País até o final de 2018, mas, questionado se poderia tentar um novo mandato, respondeu que deixará “as coisas acontecerem”.
“Poder ser [candidato], é claro, mas não é o meu desejo. As coisas vão acontecendo e não adianta tentar programar. Eu realmente deixo as coisas acontecerem, mas reitero que meu objetivo é fazer um grande governo. Evidentemente, o que acontecer no futuro, o futuro vai determinar”, disse.
Em recuperação de uma cirurgia de desobstrução da uretra, que o obrigou a carregar uma sonda, o presidente disse estar bem de saúde e afirmou que pretende enfrentar o próximo ano com “a mesma energia” que teve neste ano.
“Eu estou inteiro e entusiasmado. Estou trabalhando sem nenhum problema de saúde e estou saudável”, disse.
Sucessão
Segundo ele, o Palácio do Planalto terá um candidato à sucessão presidencial que apoiará as reformas trabalhistas e previdenciária e que terá “cravado” o apoio à administração atual em seu programa de governo.
“Eu não sei quem será, como será e de que partido. Mas, seguramente, haverá o apoio ao governo. Quem for candidato, será questionado se apoia ou não o governo. E, apoiar o governo, significa apoiar as reformas”, disse. As declarações foram feitas em uma entrevista à rádio BandNews.
Para ele, o candidato governista terá de ser “ponderado”, “equilibrado” e “estadista”. Na avaliação dele, ninguém será eleito se disser que não dará prosseguimento às reformas estruturais.
O presidente disse ainda que tem a “absoluta convicção” de que a aprovação do governo irá melhorar no final do primeiro trimestre do ano que vem.
Atualmente, segundo pesquisa Datafolha, apenas 5% da população considera o governo ótimo ou bom, a maior reprovação já registrada pelo instituto de pesquisa desde o início da redemocratização no país.
“A nossa previsão é de que, no final do primeiro trimestre, o nosso governo estará muito maior, bastante elevado pelo reconhecimento do que temos feito. Eu tenho a mais absoluta convicção de que isso vai acontecer”, disse.
Segundo ele, a reforma previdenciária não é uma matéria de direita ou de esquerda e que os partidos de oposição a teriam defendido se estivessem à frente do Palácio do Planalto.
“Se a oposição estivesse no poder, estaria patrocinando a reforma a favor do País”, afirmou.
Previdência na Argentina
O presidente da República, Michel Temer, disse nesta quinta-feira (21) que o presidente da Argentina, Mauricio Macri, “serve de exemplo” por ter conseguido aprovar a reforma da Previdência no país.
Temer deu a declaração ao recepcionar Macri na entrada do Palácio do Itamaray, sede do Ministério das Relações Exteriores, que recebe nesta quinta a 51ª reunião de cúpula do Mercosul.
Durante a reunião do bloco, Temer passou a presidência rotativa do Mercosul ao presidente do Paraguai, Horacio Cartes.
Temer recebeu Macri, os dois se cumprimentaram e posaram para fotos. Quando o presidente argentino se despedia, Temer olhou para os fotógrafos e cinegrafistas e o elogiou:
“Ele aprovou a Previdência lá na Argentina, viu. Serve de exemplo”, disse.
Na última terça-feira (19), sob protestos da população e greve nos transportes, o Congresso argentino aprovou a reforma da Previdência no país.
A proposta estava em análise no país desde novembro, como parte dos esforços de Macri para reduzir o déficit fiscal e atrair investimentos.
O projeto aprovado muda a fórmula usada para calcular os benefícios, atrelando-os aos preços ao consumidor em um momento de expectativa de inflação mais baixa.