Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2015
Milhares de imigrantes entraram nesse sábado (19) na Áustria após passar pelos Balcãs para o Norte da Europa, apesar das tentativas de Croácia, Hungria e Eslovênia de conter a chegada de refugiados.
Mesmo depois de a Hungria ter fechado sua fronteira com a Sérvia e anunciado a conclusão de uma cerca de alambrado na fronteira com a Croácia, muitos refugiados conseguiram atravessar o país para chegar à Áustria, conforme constataram os jornalistas da agência de notícias AFP.
De 12 mil a 13 mil imigrantes entraram na Áustria nesse sábado, de acordo com a estimativa do diretor da Cruz Vermelha austríaca, Gerry Foitik, citada pela agência de notícias austríaca APA.
A polícia da Áustria esperava a chegada de aproximadamente 10 mil pessoas, depois que na noite de sexta-feira cerca de 6,7 mil chegaram ao país vindas da Hungria.
Segundo Foitik, 2 mil chegaram à Alemanha e os demais devem passar a noite na Áustria em diferentes centros de refúgio.
Um porta-voz da polícia austríaca, as autoridades húngaras transportaram imigrantes em ônibus para dois centros de registro perto da fronteira. A maioria deles fez em seguida o caminho para a Áustria, sem encontrar resistência das autoridades húngaras.
Outros refugiados chegaram da Sérvia na Croácia, que passou a fazer parte das rotas dos deslocados após o fechamento das fronteiras na Hungria.
A Croácia, que anunciou na sexta-feira ter chegado a um ponto de “saturação” com a entrada de mais de 17 mil pessoas em três dias, pressionou a Hungria com o envio a sua fronteira, de ônibus e trem, milhares de migrantes. Na sexta-feira chegaram 4,4 mil.
O primeiro-ministro croata Zoran Milanovic advertiu que seu país, que não integra o espaço Schengen, vai continuar transportando migrantes para a fronteira com a Hungria.
“A Croácia não vai se transformar no centro de refugiados da Europa”, afirmou Milanovic.
Já a Hungria acusa a Croácia de estimular os migrantes a atravessar “ilegalmente” a fronteira.
A Hungria concluiu nesse sábado a instalação de alambrado em 41 quilômetros da fronteira com a Croácia, pois os demais 330 quilômetros de fronteira entre os dois países estão delimitados pelo rio Drava, muito difícil de atravessar.
Budapeste, que defende a linha dura contra os migrantes, já instalou uma cerca similar nos 175 quilômetros da fronteira com a Sérvia e agora pretende tomar a mesma medida em parte da fronteira com a Romênia.
A ministra croata das Relações Exteriores, Vesna Pusic, chamou de “ironia da História” a instalação de cercas pela Hungria na fronteira com seu país ao recordar, em uma entrevista a uma emissora de rádio búlgara, que “há 26 anos a Hungria estava do outro lado da ‘cortina de ferro'”. (AG)