Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2022
Ex-presidente e atual vice é acusada de fraudar o Estado, além investigada por um complô para desviar recursos enquanto esteve no comando da Casa Rosada.
Foto: Banco de Dados/O SulDurante a última semana, apoiadores da vice-presidente argentina Cristina Kirchner começaram a se reunir em torno da casa dela, em Recoleta, na região de Buenos Aires. O movimento começou depois que o Ministério Público pediu 12 anos de prisão contra ela, além da inabilitação para o exercício de cargos públicos.
O protesto subiu o tom no sábado (27), depois que as forças de segurança instalaram cercas ao redor da casa da ex-presidente, que governou o país de 2007 a 2015. “Hoje acordei com a esquina da minha casa literalmente sitiada (…) Eles querem proibir manifestações absolutamente pacíficas e alegres, de amor e apoio que acontecem diante da já inegável perseguição do partido judicial”, afirmou Kirchner em uma carta dirigida ao prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta.
“A lógica do senhor Larreta é a mesma do partido judiciário. Para os macristas: cuidado e proteção. Para os peronistas: grades, infantaria da polícia municipal e até paus, gás lacrimogêneo e spray de pimenta como na noite de segunda-feira. Eu disse naquela noite: eles nunca foram e nunca serão democráticos”, acrescentou na carta.
Horas depois, simpatizantes da ex-presidente derrubaram as cercas e houve confrontos entre eles e a tropa de choque. Ao menos cinco policiais ficaram feridos e quatro manifestantes foram presos, de acordo com relatos da imprensa local. Ao final de um dia tenso, em meio a milhares de manifestantes e gritando “Cristina presidente”, Kirchner fez um breve discurso em um palco improvisado do lado de fora da casa dela. “Em uma democracia, o direito à liberdade de expressão é fundamental”, disse.
Em seguida, dirigiu-se aos seus seguidores dela: “Quero agradecer e pedir que descansem. Foi um longo dia”. Cristina Fernández de Kirchner, de 69 anos, é acusada de fraudar o Estado, além de ser investigada por estar envolvida em um complô para desviar recursos públicos enquanto foi presidente.