Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Militares venezuelanos usaram fuzis para roubar pessoas do lado brasileiro

Compartilhe esta notícia:

O Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa afirma que recebeu com surpresa a edição e a publicação do decreto de Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Militares venezuelanos chegaram a usar fuzis para roubar transeuntes que estão do lado brasileiro da fronteira. Com o fechamento da fronteira entre Brasil e Venezuela, na última sexta-feira (22), as diversas trilhas ao longo da fronteira entre os dois países se transformaram em palco de violência, dramas familiares e expectativa sobre os próximos dias.

No domingo (24), o jornal Folha de S. Paulo acompanhou a volta do deputado oposicionista venezuelano Luis Silva, 59, que na véspera havia cruzado a fronteira para acompanhar a chegada das duas camionetes com doações dos governos do Brasil e dos Estados Unidos.

O engenheiro agrônomo está em seu primeiro mandato e é filiado à Ação Democrática, tradicional partido de centro-direita. Passou dois dias com a roupa do corpo. Na volta à Venezuela, trazia duas caixas de bombom Garoto para os filhos e uma escova de dente comprada no Brasil.

O percurso entre Santa Elena e Pacaraima, que, quando a fronteira está aberta toma apenas dez minutos de carro, se tornou um martírio de 5 horas, a maior parte a pé atravessando campos abertos e mato. A travessia foi feita graças a um guia pemón, etnia que habita os dois lados da fronteira.

A parte mais perigosa está no primeiro trecho, na região onde estão os postos aduaneiros, palco de dois conflitos entre manifestantes e militares venezuelanos nos últimas horas.

A trilha é do lado brasileiro e acompanha a linha divisória, marcada por bases de concreto pintadas de branco. No início da caminhada, venezuelanos que chegavam ao Brasil advertiram que os militares do regime de Nicolás Maduro estavam atacando migrantes mesmo do lado brasileiro.

O aviso logo se confirmou. Dois militares venezuelanos começaram a correr para tentar alcançar o grupo, que incluía um casal formado por uma venezuelana e um paulista. Eles estavam acompanhados por um carregador que, a duras penas, tentava puxar um carrinho com duas malas pelo lavrado (savana), a vegetação típica da região.

Moradores de São Paulo, Anderson e Aracelis de Moraes queriam chegar até Puerto Ordaz, a 620 km da fronteira, para entregar medicamentos e alimentos para a mãe da venezuelana, que tem câncer no cérebro. “São apenas para prolongar um pouco a sua vida.”

Por causa da bagagem, Anderson e o carregador ficaram para trás e foram alcançados pelos militares venezuelanos. Mesmo estando do lado brasileiro, ficaram sob a mira de fuzis e foram obrigados a entregar as duas malas no lado venezuelano.

“Os caras saíram do monte, engatilharam a arma e disseram: ‘Para, para, para, eu também sou malandro’. O cara do carrinho me pediu dinheiro, largou o carrinho e saiu correndo”, contou Anderson, esbaforido.

Anderson foi obrigado a deixar a mala na linha da fronteira. Os militares então correram na direção de outro transeunte. Aproveitando a distração, ele correu. “Saí correndo. Até que cheguei ao monte, e eles atiraram para cima de novo.”

Depois do susto e sem os medicamentos, o casal desistiu de viajar a Puerto Ordaz. Chorando muito, Aracelis não falava.

“A mãe dela não consegue um remédio que custa R$ 9 no Brasil. A minha esposa está em depressão todos esses meses, não consigo vê-la do jeito que está”, disse.

A última parte da viagem foi de carro. Próximo de Santa Elena, o deputado e o repórter se separaram. Em meio à despedida, uma última declaração.

“Os que guardam a fronteira são criminosos. Vimos como roubaram os pertences dos humildes venezuelanos que vieram ao Brasil comprar comida para a sua família”, disse Silva. ”A melhor ajuda humanitária de que nós venezuelanos necessitamos é a saída imediata do usurpador Nicolás Maduro.”

tags: Brasil

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Entenda os desafios políticos de Bolsonaro para aprovar a nova Previdência
O vice-presidente brasileiro defendeu na Colômbia uma ação conjunta para mudar o regime na Venezuela, que chamou de “criminoso”, mas sem intervenção militar
https://www.osul.com.br/militares-venezuelanos-usaram-fuzis-para-roubar-pessoas-do-lado-brasileiro/ Militares venezuelanos usaram fuzis para roubar pessoas do lado brasileiro 2019-02-25
Deixe seu comentário
Pode te interessar