Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2025
Múcio reforça a necessidade de penas diferentes para quem "quebrou cadeira" e "armou" o golpe.
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, alegou segunda-feira (10), no programa Roda Viva, que soltar inocentes ou de quem teve participação mínima nos atos de 8 de Janeiro é um caminho para “pacificar o País”.
“Eu acho que na hora que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande (no 8 de janeiro) é uma forma de você pacificar. Esse País precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais esse radicalismo. A gente vive atrás de culpados. Nós estamos precisando procurar quem ajude a resolver os problemas”, afirmou Múcio.
O ministro José Múcio reforçou sua posição sobre a necessidade de dosimetria nas punições dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. Segundo ele, “tem gente que quebrou uma cadeira” e tem gente que “armou” o golpe.
“Se foi um golpe, quem organizou que pague. E aqueles que tomaram seus ônibus, estavam lá tirando foto do celular? Tinham os que entraram quebrando, tem os que ficaram do lado de fora. Tem de todo tipo. Você não pode condenar uma pessoa, dar a mesma pena a quem armou, a quem financiou, a uma pessoa que foi lá encher o movimento”, disse ele.
Saída
Múcio disse na entrevista que quis deixar o governo, mas ficou após apelos de Lula. Segundo ele, o presidente argumentou que sua saída criaria um novo problema para o governo e não era desejada pelos comandantes militares.
“Ele (presidente Lula) disse: ‘Olha, Múcio, nós estamos em uma fase difícil, nós somos amigos, eu sei das suas pretensões, que é estar mais à disposição da família e dos amigos, mas eu preciso que você fique, porque estamos com alguns desafios e não queria abrir mais um problema. E os comandantes militares também não querem’”, relatou o ministro, que classificou o apelo de Lula como um “pedido de amigo”.
Múcio acrescentou que o governo enfrenta desafios na economia e na política e há uma reforma ministerial em andamento. “Isso tudo é uma mudança muito grande. Nós não tivemos ainda voo de brigadeiro”, afirmou. Ele evitou confirmar se ficará até o fim do ano e disse que, primeiro, é preciso “atravessar o ano”.
Múcio lembrou que teve um começo difícil na pasta e que, no início, os comandantes das Forças Armadas não o recebiam. Diante disso, recorreu a Jair Bolsonaro para ajudá-lo a garantir uma “transição tranquila”. Hoje, ele diz que a “fase mais complicada já passou”, e por isso considerou deixar o ministério. (Estadão Conteúdo)