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Por Redação O Sul | 24 de junho de 2017
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que há espaço para reduzir a meta da inflação na próxima reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), na quinta-feira.
“Há uma possibilidade sim. A inflação apurada no IPCA-15 [Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15, prévia da inflação oficial] é a menor inflação em 12 meses desde 2007, 3,52%. A expectativa de inflação para os próximos 12 meses está estabilizada e nós temos boas condições para analisar qual será a meta para 2019”, ponderou o ministro.
Segundo Meirelles, a eventual redução da meta, que hoje é de 4,5%, não compromete a retomada econômica. “Não há nada que possa prejudicar a retomada neste momento”, destacou.
Meirelles participou, em São Paulo, de uma reunião com empresários do setor varejista. Durante o encontro, fechado à imprensa, o assunto foi o desenvolvimento da economia, segundo relato do ministro. “Houve um interesse muito grande em saber como está o desenvolvimento da economia brasileira, se falou bastante da questão das reformas e a perspectiva de aprovação, que impacta bastante esse segmento.”
Em relação à reforma da Previdência, Meirelles espera que a proposta do governo seja aprovada integralmente e reafirmou que a negociação com os parlamentares está em curso. “O projeto como está acreditamos que seja adequado, mas, evidentemente, o Congresso é soberano e temos que conversar, não achamos que possa haver alterações dramáticas porque isso prejudicaria a eficácia da reforma”, argumentou.
Avaliações
Alguns economistas argumentam que a queda para 4% poderia ser arriscada neste momento em que as incertezas políticas enevoam o cenário.
Para alguns analistas, se a meta ficar inalterada, pode ocorrer uma desancoragem das expectativas. “A manutenção da meta em 4,5% poderia ser mal recebida pelos mercados, então vale a pena acompanhar a decisão com atenção”, avaliou a Rosenberg Associados, em um relatório.
O economista-chefe da Garde Asset, Daniel Weeks, afirma que essa manutenção poderia elevar as expectativas para 2019. “A redução da meta é uma decisão ‘barata’ para o Banco Central e daria boa sinalização ao mercado”, disse, ressaltando que a mudança não prejudicaria o atual ciclo de corte de juro.
Weeks acredita que o CMN optará por uma meta de 4,25%, mas a escolha pelo patamar de 4% sinalizaria que o governo continuaria no esforço de aprovação das reformas. Essa é a aposta do economista-chefe do Rabobank Brasil, Mauricio Oreng. “Acho que deveria ir para 4%, mas pode ser que fique em 4,25%”.
Essa é a razão que leva o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, a descartar a opção da redução mais intensa de 4%. “Só veria possível se não houvesse a crise política e se a reforma da Previdência tivesse sido aprovada”.