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Economia O Banco Central sinaliza que há espaço para a taxa básica de juros, atualmente em 10,25% ao ano, cair a 8,5% ao ano

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O IPC-S foi divulgado pela Fundação Getulio Vargas. (Foto: Divulgação)

O BC (Banco Central) deixou em aberto, no Relatório Trimestral de Inflação, o ritmo de corte de juros que adotará na reunião de julho do seu CPM (Comitê de Política Monetária), entre as opções mais prováveis de reduções de 0,75 ponto percentual ou de 1 ponto percentual.

O documento, porém, sinaliza que há espaço para a taxa Selic, atualmente em10,25% ao ano, cair a 8,5% ao ano ao fim do ciclo de distensão monetária iniciado em outubro de 2016. “Em nenhum momento nos comprometemos com decisões futuras”, disse o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, em entrevista de divulgação do relatório. Muitos analistas econômicos haviam entendido que, devido às incertezas políticas, o BC já havia se decidido por uma baixa mais moderada de juros.

As projeções apresentadas no relatório apontam que, se os juros caírem a 8,5% ao ano e câmbio subir a R$ 3,40 até o fim de 2018, como previsto pelo mercado, a inflação ficará em3,8% em2017 e em4,5% em2018.

Nos dois casos, os percentuais são compatíveis coma meta de inflação, de 4,5% para ambos os anos. Ainda nesse mesmo cenário, a inflação acumulada em 12 meses fecharia o primeiro semestre de 2019 em 4,3%, um percentual muito próximo da meta de 4,25% que o governo se inclina a estabelecer para o ano, em reunião na próxima quinta-feira do CMN (Conselho Monetário Nacional).

Da mesma forma que esvaziou apostas de que o BC pendia para o lado mais conservador, Viana evitou se comprometer com um corte mais forte de juros, de um ponto percentual, como aposta uma parcela dos analistas. Ele enfatizou que o tamanho do corte dependerá da evolução de uma série de fatores acompanhados pelo Copom, incluindo atividade econômica, projeções, expectativas de inflação e fatores de riscos, como cenário internacional e a crise política doméstica. “Comunicamos nossa visão até o limite do que nos parece adequado comunicar”, disse Viana. “Não se deve comunicar além de uma certa zona de conforto, porque essa comunicação vai acabar sendo contraproducente”, acrescentou.

O diretor enfatizou que as decisões são “condicionais”, ou seja, dependem da evolução de fatores. “É importante entender isso. Estamos tentando dar balizamento e explicar fatores que serão importantes para decisões futuras e as pessoas, prestando atenção, poderão também antecipar quais serão as decisões. Não tem nunca uma predeterminação da decisão que será tomada. Sempre é condicional”, disse.

Corte mais forte
Analistas econômicos notaram que, no RTI, o BC colocou em tempo verbal passado a sinalização mais conservadora feita na ata do Copom de maio, o que para muitos pareceu que o colegiado se desloca para um corte mais forte na taxa básica de juros. Na ata do Copom, o BC havia dito que “uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária deve se mostrar adequada em sua próxima reunião”.

Já no relatório, a mensagem foi que “em função do cenário básico e do balanço de riscos avaliados em sua última reunião, o Copom entendeu que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado naquela ocasião deveria se mostrar adequada em sua próxima reunião, em julho”.

Viana destacou, porém, que não houve modificação na mensagem do Copom. A decisão de julho, disse ele, dependerá de como os fatores listados como relevantes pelo Copom (atividade, projeções, expectativas e fatores de risco) estarão em seu próximo encontro. A avaliação sobre uma possível moderação no ritmo de corte foi feita com os elementos disponíveis naquela reunião.

Caberia aos analistas econômicos, disse, avaliar se a evolução desses fatores autoriza uma decisão diferente ou não. Viana explicou ainda que na reunião de maio o BC decidiu dar uma sinalização mais clara de suas decisões futuras para cortar avaliações mais pessimistas do mercado, que chegou a precificar uma baixa de juros de apenas 0,5 ponto percentual em julho, devido aos possíveis efeitos na inflação do acirramento da crise política. “Um corte de juros de meio ponto percentual pareceu uma reação exagerada.”

O diretor foi insistentemente questionado sobre de que forma o aumento da incerteza política e as dúvidas sobre a condução da política fiscal afetam a tomada de decisões de política monetária. Viana explicou, mais de uma vez, que a incerteza por si só não preocupa, mas sim os impactos que os desenvolvimentos no campo político e fiscal podem ter sobre o mandato do BC, que é manter a inflação na meta e garantir a estabilidade do sistema financeiro. “Não somos analistas de conjuntura política. Temos de entender como a evolução dos acontecimentos pode impactar a economia e a inflação. Se tem implicação no nosso mandato e, se for o caso, fazer os ajustes necessários.” Viana reiterou que não há relação direta e mecânica entre o aumento de incerteza e a política monetária.

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