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Mundo Ministro do Interior da Alemanha ameaça derrubar Angela Merkel

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Na terça, Merkel terá a chance de pedir ajuda ao seu colega francês Emmanuel Macron, que visitará Berlim. (Foto: Reprodução)

O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, adiou por duas semanas a execução do seu plano de barrar, nas fronteiras alemãs, os refugiados já registrados em outros países da UE (União Europeia), mas continua firme na decisão de adotar a medida mesmo contra a vontade da sua chefe, a chanceler federal Angela Merkel. O tema é polêmico e ameaça rachar a aliança de governo, apressando o fim da carreira da chanceler, atualmente no seu quarto mandato. Ela favorece uma solução conjunta europeia para a questão imigratória.

“Se não for encontrada uma solução europeia ou se ela não tiver o mesmo efeito (no sentido de reduzir o número de refugiados), vamos executar a medida no âmbito nacional imediatamente (depois da cúpula da UE, nos dias 28 e 29). A ordem já foi dada à polícia federal”, disse Seehofer.

O primeiro ultimato dado pelo ministro previa as medidas já para segunda-feira, mas Seehofer, que é também presidente da União Social Cristã (CSU), resolveu dar à chanceler, presidente da União Democrata Cristã (CDU), mais uma chance de buscar “uma solução europeia”. Os dois partidos conservadores são aliados históricos desde o pós-guerra.

Merkel sofre pressão de todos os lados. Também Andrea Nahles, presidente do Partido Social Democrata (SPD), que faz parte da coalizão com a CDU/CSU, alfinetou:

“Um consenso entre CDU e CSU não tem aprovação automática pelo SPD”, alertou Nahles.

Um adiamento do desfecho da briga entre a chanceler e o ministro não é, porém, mais calma para a chefe do governo. Merkel terá as duas semanas mais difíceis dos seus quase 13 anos como chanceler, tentando conseguir um acordo que busca, sem sucesso, há quase três anos, quando começou a crise dos refugiados. Eles vieram principalmente para a Alemanha, o país mais generoso com benefícios materiais.

Itália e Grécia sondadas

Ela já começou a procurar uma solução na noite de segunda-feira, quando recebeu a visita do novo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. O político da aliança populista entre a xenófoba Liga e o Movimento Cinco Estrelas tem uma visão diferente da abordagem do problema, como mostra a recusa para que um navio com mais de 600 fugitivos aportasse na costa italiana, nos últimos dias, mas jornalistas italianos que trabalham em Berlim não excluem a possibilidade de um consenso, que deveria ter, porém, um preço alto.

Como a Grécia, também a Itália estaria disposta a compromissos se tiverem ajuda alemã na redução de suas dívidas. Com a Turquia, a UE fechou um acordo para que o governo turco impedisse que os fugitivos, que usam o país como rota, atingissem o bloco em troca da ajuda de € 6 bilhões, recursos que vêm principalmente da Alemanha, a economia mais forte do grupo.

Na terça-feira, Merkel terá a chance de pedir ajuda ao seu colega francês Emmanuel Macron, que visitará Berlim.

Se, porém, não conseguir nada de concreto até o dia 1º de julho, ela já advertiu Seehofer de que “não haverá aplicação automática” das recusas na fronteira. E o conflito com a CSU poderá se tornar uma crise política: se ministro adotar medidas contra a sua vontade, Merkel vai lançar mão da sua autoridade de chanceler, prevista pela Constituição, ou seja, demiti-lo.

“Se fizer isso, Merkel vai demitir toda a CSU e causar a queda do governo”, avaliou Nils Diedrich, cientista político da Universidade Livre de Berlim.

Por outro lado, a disputa precisará ser esclarecida pelo Tribunal Constitucional, pois o mesmo texto dá ao ministro do Interior a competência de agir por conta própria nas fronteiras para a segurança do país.

Mas o problema, lembra o jornalista Jakob Augstein, é que a disputa sobre refugiados é apenas um aspecto do “drama” do fim da carreira de Merkel. Para ele, há uma trama shakespereana de traição contra a chanceler federal com participação de políticos de seu próprio partido. Durante 18 anos, recorda, Merkel foi derrubando um após outro todos os rivais que poderiam ameaçá-la. Jens Spahn, vice-presidente da CDU e ministro da Saúde, é um dos que já estão a postos para a ofensiva contra a chanceler. Para isso, aguarda apenas o momento propício.

O plano de Seehofer para os refugiados tem 63 itens, entre eles a instalação de zonas de segurança na África, tornando possível para Alemanha deportar os fugitivos da Europa, mas para um lugar seguro. Seehofer quer também mandar aviões fretados para o transporte dos refugiados que tiveram o pedido de asilo recusado e um “plano Marshal para a África” (em referência ao destinado à reconstrução da Europa após a Segunda Guerra), como revelou o ministro, sem entrar em detalhes. Merkel e a CDU aprovaram todos, menos o que prevê a recusa dos refugiados registrados nas fronteiras, que é o estopim da crise.

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https://www.osul.com.br/ministro-do-interior-da-alemanha-ameaca-derrubar-angela-merkel/ Ministro do Interior da Alemanha ameaça derrubar Angela Merkel 2018-06-21
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