Sábado, 19 de julho de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Geral Ministro do Meio Ambiente se recusa a responder se vai retirar apoio a “combo do desmatamento” no Congresso Nacional

Compartilhe esta notícia:

Joaquim Leite afirmou que Brasil está no 'caminho certo' por estar combatendo o crime ambiental. (Foto: Divulgação/MMA)

O Brasil anunciou compromissos para zerar desmatamento ilegal e reduzir emissões durante as negociações da COP26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que ocorre em Glasgow, na Escócia. Mas, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (9), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, se recusou a responder se o governo vai ou não retirar apoio a projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional vistos como “combo de desmatamento e poluição”.

Leite chegou na segunda a Glasgow para participar da última semana de reuniões da COP26. Ele foi perguntado pela BBC News Brasil se, como sinalização de que irá cumprir as metas prometidas, o governo vai retirar apoio aos projeto de lei 510/21, que regulariza invasões ilegais de terras ocorridas até 2011; ao PL 191/20, que autoriza mineração em terras indígenas; e ao PL 490/2007, do chamado “Marco Temporal”, que só permite demarcação de terras ocupadas por povos indígenas até 1988.

Esses três projetos são vistos por ambientalistas e indígenas como um combo que faria explodir desmatamentos e emissões.

A retirada de apoio às propostas, duas das quais são de autoria do governo Bolsonaro, seria uma sinalização de que há intenção em cumprir as metas prometidas na COP26.

Mas, em vez de responder à pergunta, Joaquim Leite passou a defender políticas de remuneração e incentivos financeiros para a chamada “economia verde” – atividades econômicas que reduzem risco e impacto ambiental.

“O governo mantém apoio a esses três projetos de lei?”, perguntou a BBC News Brasil. “O governo mantém apoio a atividades que conservem florestas. Qual o desafio? Que projetos verdes sejam acelerados dentro da política do governo federal”, disse Leite.

Em seguida, ainda sem responder à pergunta, o ministro passou a defender que mineração pode ser “verde”, embora constitua uma das atividades que mais geram poluição e degradação ambiental. Os maiores acidentes com barragens, por exemplo, como o de Brumadinho (MG) e Mariana (MG), ocorreram em mineração exercida legalmente por grandes empresas nacionais e internacionais.

“Mineração, que você comentou, tem vários exemplos de mineração que protege floresta. Por ter mineração regulada, sustentável, há mineração que não utiliza nem água. É uma forma de desenvolver economia verde”, defendeu.

Outros jornalistas reforçaram a pergunta feita pela BBC News Brasil. “Ministro o senhor não respondeu à pergunta. O senhor apoia esses três projetos?”, perguntou um repórter.

“Eu apoio qualquer lei que… Eu apoio especificamente criar mercado de serviços ambientais para você remunerar quem cuida de florestas”, respondeu.

Uma terceira jornalista tentou esclarecer se o ministro iria ou não retirar apoio ao “combo do desmatamento” que tramita no Congresso Nacional. “A gente pode entender então, do que você está falando, que não vai haver retirada de apoio a esses projetos?”, perguntou.

Mais uma vez, o ministro do Meio Ambiente desviou do assunto. Em vez de responder à pergunta, ele passou a contar sobre encontros que teve com representantes de governos europeus.

Questionado se a ausência de Jair Bolsonaro na cúpula do clima não teria deixado uma mensagem de falta de compromisso com o tema, Joaquim Leite respondeu que o presidente participou “de uma forma moderna” da COP26, ao transmitir uma mensagem gravada no estande do governo brasileiro na conferência.

Dezenas de líderes mundiais como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, compareceram à conferência. Se Bolsonaro tivesse participado, ele também discursaria no palco da COP26, diante dos demais governantes. Mas o Brasil ficou sem representação oficial no plenário principal da abertura da conferência.

“O presidente participou de forma moderna aqui no estande do Brasil, por meio de uma transmissão. E dez ministros participaram da COP do clima, de Brasília, por meio de transmissão pela internet. Foi uma forma moderna de trazer o governo para a COP”, disse o ministro.

Ainda durante a entrevista coletiva Joaquim Leite cobrou que países ricos assumam compromissos mais ambiciosos até o final da COP26, principalmente em relação a financiamento a nações em desenvolvimento. Nações desenvolvidas haviam prometido compensar com US$ 100 bilhões por ano países pobres entre 2020 e 2025, mas a meta não foi cumprida em 2020 e, possivelmente, não será alcançada em 2021.

“Acho que falta ambição financeira dos países industrializados. (E os grandes emissores de gases poluentes) tem que ter mais ambição na redução de emissões. O Brasil fez um primeiro movimento na primeira semana para deixar claro que é preciso mais ambição dos demais países”, disse. As informações são da BBC News Brasil.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Geral

Entenda como a tecnologia 5G pode facilitar tarefas do seu dia a dia
Estagiário do Ministério Público do Rio de Janeiro confessa ter furtado celulares apreendidos em operações contra fraude na Saúde
https://www.osul.com.br/ministro-do-meio-ambiente-se-recusa-a-responder-se-vai-retirar-apoio-a-combo-do-desmatamento-no-congresso-nacional/ Ministro do Meio Ambiente se recusa a responder se vai retirar apoio a “combo do desmatamento” no Congresso Nacional 2021-11-09
Deixe seu comentário
Pode te interessar