Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de outubro de 2025
Presidente da Corte ainda criticou a interferência de um país no funcionamento do sistema Judiciário de outro
Foto: Gustavo Moreno/STFO presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, afirmou que a Corte tem mantido a tradição de não se curvar a “interesses autoritários” e criticou países que tentam interferir na economia de outras nações.
“O Supremo da contemporaneidade honra a melhor tradição daquele Supremo Tribunal Federal que não se vergou aos interesses autoritários de plantão, não se vergou ao contingente, mas se manteve fiel ao que é estrutural”, disse Fachin em entrevista ao podcast do STF em comemoração aos 37 anos da promulgação da Constituição, no domingo (5).
“Porque um juiz constitucional, ele é, antes de tudo, fiel ao Estado de Direito, ao Estado de Direito numa República e numa democracia. Portanto, ele não subscreve o autoritarismo, ele não subscreve aquilo que atenta contra a vivência democrática”, continuou o ministro.
Em meio às sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil, Fachin destacou ainda que quem tenta interferir no funcionamento do sistema Judiciário de um país ou na economia deste provoca um “atentado à soberania”.
“Nenhum país, com qualquer argumento que seja, está legitimado a ferir a autodeterminação de outro país. E essa autodeterminação pode ser na área econômica, pode ser na sua dimensão política, pode ser uma expressão de sua institucionalidade”, disse.
“Portanto, quando um país se imiscui na ordem jurídica alheia, querendo interferir no funcionamento do sistema Judiciário deste país, ou querendo provocar consequências econômicas que derivam de uma concepção hegemônica da preponderância que uma economia forte deseja realizar sobre economia um pouco mais débil, isto é induvidosamente um atentado à soberania”, completou o presidente do Supremo.