Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2020
O laboratório Moderna Inc anunciou na quarta-feira (5), que cada dose de sua candidata a vacina contra a Covid-19 custará de US$ 32 a US$ 37 – de R$ 170 a R$ 196 – em contratos de quantidades menores.
Atualmente, há 165 imunizações em desenvolvimento, 26 destas em testes com seres humanos e 139 em ensaios iniciais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). À medida que a corrida para desenvolver as vacinas contra o novo coronavírus atinge um estágio decisivo, com vários candidatos em fase avançada de estudo, os preços estão sob crescente observação.
“Nós seremos responsáveis pelo preço bem abaixo do valor da vacina durante a pandemia”, disse o diretor-executivo da Moderna, Stéphane Bancel, em videoconferência, acrescentando que acordos de maior volume terão preço mais baixo por unidade.
A Moderna, que não possui medicamentos no mercado, recebeu quase US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) da Casa Branca sob um plano para acelerar desenvolvimento de vacinas. Não houve um acordo de fornecimento com o país.
A farmacêutica também afirmou estar em conversa com vários países para vendas de sua candidata a vacina, acrescentando que já recebeu cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões) em depósitos para eventuais fornecimentos.
Na semana passada, a empresa anunciou o início de um teste com 30 mil pessoas na fase 3 de estudos – a última antes do processo de regulamentação. A farmacêutica afirmou que seu imunizante pode estar pronto para uso em massa até o final deste ano.
A candidata a vacina da Moderna está entre as seis que avançaram para a fase final de testagem. Imunização eficaz é uma ferramenta considerada essencial para deter a pandemia que já causou 700 mil mortes no mundo.
No último mês, a farmacêutica expressou planos de colocar um preço em seu imunizante que garanta amplo acesso. Também declararam que não pretendem realizar esses últimos testes fora do Estados Unidos.
Johnson&Johnson
Em mais um acordo para adquirir vacinas contra o novo coronavírus, os Estados Unidos vai pagar a Johnson & Johnson mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) por 100 milhões de doses da candidata a imunizante da empresa.
O país já anunciou contratos – vários deles na casa dos bilhões – para garantir sete vacinas em desenvolvimento, entre elas as candidatas da Pfizer e BioNTech e Sanofi e GSK. À medida que a corrida por imunização e tratamentos para a Covid-19 se intensifica, a Casa Branca tem assinado acordos por meio do programa Operação Warp Speed.
O contrato mais recente custa aproximadamente US$ 10 (R$ 53) por dose produzida. Se considerados os US$ 456 milhões (R$ 2,4 bilhões) anteriores que o governo norte-americano prometeu à J&J pelo desenvolvimento do imunizante, sai US$ 14,50 por dose (R$ 77).
O último valor é próximo aos US$ 19,50 (R$ 103) que o país está pagando por dose da vacina em elaboração pela Pfizer e pela empresa de biotecnologia alemã BioNTech.
A J&J também está estudando a aplicação em uma ou duas doses, enquanto a candidata da Pfizer e BioNTech requer duas doses por pessoa.
Nesta quarta, a Johnson & Johnson anunciou que entregará a vacina, sem fins lucrativos, à Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento dos Estados Unidos (Barda, na sigla em inglês). O objetivo é que seja usada após aprovação ou autorização de uso emergencial pela agência de controle de drogas do país, a FDA.
A Casa Branca pode comprar 200 milhões doses adicionais em um acordo subsequente. A empresa não informou o valor deste contrato.
Este é o primeiro acordo da J&J para fornecer sua vacina experimental a um país. As negociações estão em andamento com a União Europeia, mas ainda não houve acordo.
A vacina experimental da farmacêutica está atualmente sendo testada em voluntários saudáveis nos Estados Unidos e na Bélgica em um estudo inicial.