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Brasil Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT disse que tinha medo das pessoas que lhe entregavam dinheiro: os entregadores escondiam as notas em meias, jaquetas e malas

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''Tinha medo'', afirmou Monica Moura sobre entregas de dinheiro. (Foto: Reprodução)

A empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, disse que tinha medo das pessoas que lhe entregavam dinheiro da Odebrecht. Em depoimento de delação premiada, ela contou que, na campanha de 2010, os entregadores escondiam as notas em meias, jaquetas e malas. A empresária, que combinava com um executivo da construtora uma senha, mudava sempre o lugar que receberia a quantia e podia passar o dia todo esperando pelo dinheiro.

“Às vezes vinha com dinheiro, enfiava na meia, aqui dentro, e saía tirando, assim, umas bolas de dinheiro e botava em cima da mesa”, afirmou Mônica, enquanto tentava imitar os gestos.

A delatora disse ainda que os maços de notas chegavam em uma “maletinha” ou até em uma “bolsinha descartável bem vagabunda”, que depois tratava de jogar fora. Ela fez essas declarações sobre a campanha presidencial de 2010, da qual a ex-presidente Dilma Rousseff saiu vencedora, em delação que teve o sigilo derrubado na última quinta-feira pelo relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin.

Alegando ter medo e não conhecer quem lhe transportava dinheiro, a esposa do marqueteiro petista logo agradecia a entrega e apenas contava as notas sozinha. Ela mudava os lugares combinados com Fernando Migliaccio, ex-executivo da Odebrecht, para se sentir mais segura. Havia senha, mas não horário: ela levava o computador e poderia passar até um dia no local, como hotéis ou shopping de São Paulo.

“Nunca contei (dinheiro na presença deles). Nunca. Não, porque eu tinha medo de ficar com aquelas pessoas do meu lado muito tempo. Eu fazia era receber. E “olha, obrigado, obrigado”. Não tinha recibo. Vou assinar recibo de dinheiro assim? “Tchau, tchau, obrigado”. E me livrar deles.”

Quando conferia os tostões, por vezes dava falta de parte da verba. Segundo Monica, a diferença já foi até de R$ 10 mil. Ela recorria ao empresário da construtora, que prometia “compensar” na próxima entrega. Monica ponderou que nem sempre a correção era feita.

Mônica contou também que já andou por São Paulo com quantias altas na bolsa e disse que nunca houve problema. Ela costumava apanhar um táxi. Algumas vezes, alugava um carro com motorista. O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, alertou-a de que o hábito era perigoso, e indicou uma pessoa para servir de meio de campo de dinheiro em espécie: William Ali Chaim, que trabalhava para o partido. Chaim sofreu condução coercitiva em fase da Lava-Jato em março do ano passado e foi tesoureiro em uma campanha do presidente do PT, Rui Falcão, para deputado federal. O indicado de Vaccari cobrava de 3% a 5% da verba a ser transportada, disse Mônica.

Questionada por que o marido não recebia dinheiro em espécie, Mônica Moura apontou que o rosto dele era muito conhecido já em 2010 e que ele é “muito complicado com números e questões práticas”. Ela disse que os atrasos de verba vinham quase sempre do PT. Não costumava haver problemas sobre isso com a empreiteira. Nesses casos, Mônica recorria a Antonio Palocci, ex-ministro da Casa Civil e Fazenda, e Vaccari, apontados por ela como instâncias máximas. Quando a dívida persistia, ela convocava João Santana para interceder ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O João era uma pessoa muito exposta, era uma pessoa muito conhecida. Imagina o João recebendo dinheiro de caixa dois. E nessa época João já era um marqueteiro bastante conhecido no país inteiro”, afirmou, e emendou:

“O João não consegue lidar com dinheiro. Ele tem uma dificuldade até em saber quanto a gente paga com condomínio, por exemplo, em nossa casa. Ele não fixa, tem uma cabeça muito difícil para números, para coisas práticas. É uma pessoa muito complicada com coisas práticas. O João sabe disso. Ele me liga até para saber onde está o telefone dele.” (AG)

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