Terça-feira, 05 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2025
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes voltou a dizer que “a Justiça é cega, mas não é tola”, ao decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (4).
Veja trechos da decisão de Moraes:
“Conforme tenho afirmado reiteradamente, a Justiça é cega, mas não é tola.”
“A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico.”
“A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares pela segunda vez – deve sofrer as consequências legais.”
Prisão domiciliar
Moraes justificou que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares impostas a ele, por ter veiculado conteúdo nas redes sociais dos filhos.
Na decisão, Moraes afirma que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados – incluindo seus três filhos parlamentares – para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
“Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”, escreveu Moraes. Para o ministro, a atuação do ex-presidente, mesmo sem o uso direto de seus perfis, burlou de forma deliberada a restrição imposta anteriormente.
Com isso, Moraes determinou que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar em seu endereço residencial. A decisão inclui:
uso de tornozeleira eletrônica;
proibição de visitas, salvo por familiares próximos e advogados;
recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.
Jornalista americano faz novas denúncias e acusa Moraes de excessos no 8/1
O jornalista americano Michael Shellenberger publicou nesta segunda-feira (4) um “dossiê” em que aponta que o STF (Supremo Tribunal Federal) criou uma força-tarefa ilegal para prender os manifestantes pró-Bolsonaro durante os atos de 8 de janeiro de 2023. A reportagem é assinada pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira.
Os supostos documentos oficiais e conversas de WhatsApp demonstram que o ministro Alexandre de Moraes criou um protocolo interno para investigar os perfis de redes sociais dos envolvidos nos ataques em Brasília para justificar a realização das prisões.
Os supostos documentos oficiais e conversas de WhatsApp demonstram que o ministro Alexandre de Moraes criou um protocolo interno para investigar os perfis de redes sociais dos envolvidos nos ataques em Brasília para justificar a realização das prisões.
A operação seria coordenada por meio de um grupo no WhatsApp composto por servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF, entre eles o ex-assessor de Moraes Eduardo Tagliaferro.al.
Shellenberger já havia sido responsável pela publicação do chamado “Twitter Files Brasil”, uma série de reportagens apresentando e-mails enviados por representantes do X (ex-Twitter) no Brasil aos Estados Unidos, entre 2020 e 2022.
Entre os dados vazados, estavam e-mails em que representantes do X relatavam pressões do Judiciário brasileiro para que a plataforma revelasse dados de usuários que se manifestavam contra o Poder e questionavam a lisura do processo eleitoral. Com informações do portal CNN.