Segunda-feira, 08 de setembro de 2025
Por Cláudio Humberto | 7 de setembro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Regalia das mais cobiçadas por autoridades em Brasília, os voos em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) se aproximam este ano das 800 decolagens levando a turma da mordomia. Entre 1 de janeiro e 3 de setembro, mais recente atualização da FAB, foram 793 viagens para levar ministros de Lula, presidentes da Câmara dos Deputados, Senado e Supremo Tribunal Federal. A rigor, ministros do STF nem poderiam desfrutar da benesse, mas deram um jeitinho de liberar.
Passou a boiada
Oficialmente, os ministros do Supremo solicitaram os jatinhos da FAB por ao menos 19 vezes. Tudo por nossa conta dos impostos.
Palmo a palmo
Na acirradíssima disputa pelo topo da regalia estão Fernando Haddad (Fazenda), com 87 voos; e Hugo Motta, presidente da Câmara, 85.
Eles adoram
Baforando no cangote de Motta e Haddad está Luís Roberto Barroso. O presidente do STF viajou 82 vezes nas asas da FAB.
Desgastou, parou
Como a coluna revelou em 13 de junho, a farra diminuiu porque só três dos dez jatinhos voam. Falta dinheiro para manutenção dos demais.
Bolsonaro quer família na briga, mas não Michelle
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gostaria de ter algum familiar compondo chapa presidencial em 2026, na vaga de vice (certamente de Tarcísio Gomes de Freitas, do Republicanos), mas resiste à ideia de a ex-primeira-dama Michelle vir a ser essa pessoa. Ele quer proteger a esposa do jogo bruto da política. A informação é de um ex-ministro do seu governo, que faz a ressalva: Bolsonaro faz essas considerações avaliando cenários, hipóteses, não cogita estar fora da disputa de 2026.
Bem posicionada
Independente do desejo do ex-presidente, com Bolsonaro no sobrenome, dizem as pesquisas, Michelle é a opção mais competitiva.
Flávio no horizonte
Sem Michelle na chapa presidencial, o Bolsonaro favorito no PL, para vice de Tarcísio de Freitas (Rep), por exemplo, seria o senador Flávio.
Não se fala nisso
Esse tema não é tratado em voz alta no PL e ou qualquer partido de direita. A prioridade é a anistia para garantir Bolsonaro na disputa.
Esquerdilionários
O INSS se negou atender recomendação da CGU para interromper conluio com a petista Contag (confederação de trabalhadores do agro) para fazer descontos não autorizados. A estimativa na CPMI é que a Contag subtraiu R$ 3,6 bilhões de humildes aposentados do campo.
Explica aí
A Comissão de Relações Exteriores da Câmara cobrará do chanceler Mauro Vieira esclarecimentos sobre eventual “asilo, refúgio e salvo-conduto” para Nicolás Maduro, ditador venezuelano e amigão de Lula.
Alma petista
Silvio Costa Filho gostou tanto dos salamaleques do cargo de ministro de Portos que avisou: apoiará Lula nas eleições, ainda que seu partido, o Republicanos, venha a ter Tarcísio de Freitas enfrentando o petista.
Capitalismo que é ruim
Viralizou vídeo de cubana comprando o pão de cada dia na ditadura comunista. A padaria controla ficha e só lhe vende dois pães, para ela e o marido. Em Cuba, cada pessoa só tem direito a um pão por dia.
Pibinho festejado
Para a ministra Simone Tebet (Planejamento), o aumentinho de 0,4% do PIB no trimestre (segundo o IBGE) mostra que “o Brasil segue no caminho certo, com mais renda e menos desigualdade”.
Jogo jogado
Em nome da imparcialidade, o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) acha que Bolsonaro deveria ser votado pelos 11 ministros e não por cinco em Turma: “Um é advogado do Lula, o outro é inimigo do Bolsonaro”.
É desespero?
Descondenado pelo STF, José Dirceu chamou o governador de São Paulo de “ficção”. Até ele, de sangue gelado correndo nas veias, parece se associar ao pânico de Tarcísio de Freitas (Rep) em 2026.
Goleada da Seleção
Os números do Google Trends não mentem: na semana do julgamento de Bolsonaro, o assunto da semana foi… o jogo Brasil x Chile. Mais de 2,5 milhões de buscas. O julgamento acumulou pouco mais de 500 mil.
Pensando bem…
…até muito pouco tempo e por razões “desconhecidas”, a Seleção ia lançar uma camisa vermelha.
PODER SEM PUDOR
Vencendo pelo cansaço
Professor de Filosofia no Recife, Pessoa de Moraes foi chamado para depor no DOI-Codi, logo após o golpe de 1964, para explicar sua posição algo esquerdista. A primeira pergunta foi sobre a sua visão da doutrina marxista. Morais falou durante quase uma hora. A segunda resposta levou trinta minutos. A terceira, sobre o que achava do “momento político”, ele atacou: “Como diria o filósofo alemão Kierkegärd…” O exausto oficial interrompeu, entregando os pontos: “Dr. Pessoa, o senhor está dispensado.”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
* Instagram: @diariodopoder
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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