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Mundo Morre aos 90 anos Carlos Menem, ex-presidente da Argentina

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Menem atualmente era senador. (Foto: Reprodução/Twitter)

O ex-presidente da Argentina, Carlos Menem, morreu no domingo (14) aos 90 anos. Ele estava internado em uma clínica em Buenos Aires desde 15 dezembro para acompanhamento médico, e exercia o cargo de senador desde 2005.

Ele foi internado no ano passado para fazer um exame de próstata mas, na ocasião, foi detectado uma infecção urinária que acabou por complicar o seu quadro de problemas cardíacos. Mais tarde, ele entrou em coma induzido por uma “descompensação renal”. Foi a sua terceira internação em 2020. De acordo com o jornal argentino Clarín, o estado de saúde do presidente havia piorado nas últimas horas.

Menem marcou a década de 1990 do País, quando exerceu dois mandatos consecutivos como presidente, entre 1989 e 1999. No período, focou na recuperação econômica da Argentina, promovendo a abertura comercial e a privatização de órgãos públicos. Em 1991, foi introduzida a paridade do dólar com o peso argentino em plano formulado com o seu então ministro da economia, Domingo Cavallo. Quando deixou o governo, porém, a Argentina enfrentava uma recessão econômica, que culminou na grave crise de 2001, durante a presidência de Fernando de la Rúa.

O processo de intervenção e reformas econômicas de seu governo presidencial também foi marcado pelas denúncias de corrupção.

Menem foi preso preventivamente por seis meses em 2001 pela acusação de contrabandear armas à Croácia e Equador na década de 1990, mas foi absolvido. Os países, na época, eram alvos de um embargo armamentista. Ele chegou a ser condenado novamente pelo caso em 2013, e absolvido cinco anos depois.

O ex-presidente e o ministro Cavallo também foram condenados por supostamente terem pago propinas a altos funcionários durante o período em que estiveram no governo. Também estava sendo processado por uma explosão em uma fábrica militar na província de Córdoba em 1995, que deixou sete mortos e 30 feridos.

Em 2019, Menem também foi absolvido da acusação de encobrir a primeira investigação do atentado ao centro judaico AMIA de Buenos Aires, que deixou 85 mortos em 1994 e segue sem condenações.

Anteriormente, ele havia sido governador de sua província natal, La Rioja, em duas ocasiões: entre 1973 e 1976 – ano em que foi preso após o golpe que culminou na última ditadura (1976-1983) – e 1983 e 1986.

Excentricidades

O político teve uma carreira marcada por excentricidades. Gostava de ostentar sua Ferrari vermelha, se vestia com ternos caros e organizava festas regadas a champagne. Governou a Argentina por dois mandatos consecutivos, de 1989 a 1999. A reeleição foi aprovada durante seu primeiro mandato, para permitir que se candidatasse novamente.

A Ferrari vermelha, modelo 1990, foi presente de um empresário italiano que tentava obter a concessão para construir uma estrada na província de Buenos Aires, segundo o jornal argentino La Nación. O presente foi estreado por Menem em 1991, seu segundo ano na presidência, com uma viagem a 190 quilômetros por hora e sem pagar pedágio. Questionado sobre o excesso de velocidade, Menem rebateu: “Sim, é verdade o que você diz, mas sou o presidente!”. A Ferrari vermelha de Menem acabou sendo entregue ao Estado, poucos anos depois. Em seguida, foi sancionada uma lei para regulamentar os presentes dados a funcionários públicos.

No seu último ano na presidência, 1999, Menem fez uma visita à Casa Branca, em Washington. Era a retribuição de uma viagem feita dois anos antes pelo então casal presidencial dos EUA à Argentina, Bill e Hillary Clinton. O clima em Washington naquele 1999 estava pesado, já que estava em curso um processo de impeachment contra Clinton devido a escândalos sexuais. Ainda assim, a visita de Menem foi festiva. O presidente argentino tirou Hillary para dançar tango.

No seu segundo mandato presidencial, Menem foi investigado por venda ilegal de armas da Argentina para Croácia e Equador. Segundo os juízes encarregados da investigação, a venda para a Croácia ocorreu quando o país estava envolvido na guerra da então Iugoslávia, que estava sob embargo da ONU. Dessa forma, a Argentina não poderia vender as armas de forma oficial. Assim, foi declarado que a carga tinha como destino o Panamá ou a Bolívia. No caso do Equador, simulou-se que as armas eram destinadas à Venezuela. O Equador estava em litígio de fronteira com o Peru. Menem chegou a ser condenado a sete anos de prisão. Em 2018, foi absolvido pela Justiça da Argentina porque o processo havia superado o “prazo razoável”. Menem nunca foi considerado inocente no caso.

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https://www.osul.com.br/morre-aos-90-anos-carlos-menem-ex-presidente-da-argentina/ Morre aos 90 anos Carlos Menem, ex-presidente da Argentina 2021-02-14
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