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Celebridades Morre André Midani, produtor de sucessos da bossa nova e que promoveu o tropicalismo ao rock brasileiro

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Músico e produtor tinha câncer e estava internado na Casa de Saúde São Vicente, no Rio. (Foto: Reprodução)

Morreu na noite de quinta-feira (13) o produtor e músico André Midani aos 86 anos. Um dos maiores ícones da indústria fonográfica, ele foi decisivo para lançamento da bossa nova no Brasil e descobriu grandes cantores. Midani tinha câncer e estava internado na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea, na Zona Sul do Rio. A informação foi confirmada pela clínica e pelo filho dele, Phelippe.

O músico nasceu em setembro de 1932, na Síria. Morou na França e chegou no Brasil em 1955, em virtude da guerra na Argélia.

No final da década de 1950, trabalhou na gravadora Odeon (hoje EMI). Foi nos anos 1960 e 1970, quando estava no comando da filial brasileira do conglomerado multinacional Phonogram/Philips, que Midani marcou a música brasileira.

Lançou artistas como Tim Maia e Raul Seixas. Também trabalhou com Elis Regina, Tom Jobim, Gilberto Gil, Belchior, Hermeto Pascoal, Paulinho da Viola e Ney Matogrosso. Foi um dos responsáveis por divulgar a bossa nova para o mundo.

“A bossa nova está impregnada na música brasileira, só que cada vez mais de maneira mais sutil, o que é péssimo. Agora, o grande legado cultural da bossa nova foi ela ter ganho o mundo. Os Estados Unidos, o Japão, a França, a Itália, porque eles, até hoje, escutam e trabalham a bossa nova”, destacou Midani em entrevista no ano passado.

Na década de 1980, ele apostou em nomes do rock brasileiro como Lulu Santos, Titãs e Kid Abelha.

Em 1990, mudou-se para Nova York, onde assumiu a presidência da Warner para a América Latina. Foi considerado pela revista Billboard uma das 90 pessoas mais importantes da indústria mundial de discos.

Midani voltou ao Brasil no começo dos anos 2000. Em 2005, ele foi condecorado pelo governo francês.

“Mais do que um executivo visionário, Midani sabia ser conciliador. Entendia a alma sensível dos artistas, talvez porque ele mesmo – vaidoso e de temperamento forte – tivesse uma alma de artista. Por isso, foi tão querido por todos esses artistas”, escreve o colunista do portal de notícias G1 Mauro Ferreira.

Refletindo sobre a importância da música na vida das pessoas em entrevista concedida no ano passado, Midani decretou: “Música boa é aquela que toca aqui (aponta para o coração). Música é emoção”.

Midani confiava nos artistas e pensava a longo prazo. No início dos anos 1970, contratou Erasmo Carlos, que passava por um momento de ostracismo. A Jovem Guarda tinha acabado e seus integrantes eram malhados pela crítica e sofriam patrulha de outros artistas, que os recriminavam por ter feito música comercial e considerada de baixa qualidade.

Em uma entrevista a Ruy Castro, publicada na revista Playboy, Erasmo afirmou: “O André Midani me disse: ‘Você vai gravar o que quiser, com quem quiser, da forma que quiser. Faça o que você quiser, mas faça. É importante qualquer coisa que você crie’.” O resultado foi “Carlos, Erasmo”, um LP audacioso, com influências de samba-rock, soul music e rock psicodélico, até hoje um dos melhores da carreira do Tremendão.

Em 1989, quando já comandava a gravadora Warner, André Midani recebeu um telefonema de Marcelo Nova, ex-líder da banda de rock Camisa de Vênus. Marcelo preparava um disco solo e pediu a Midani para dividir o LP com seu ídolo, Raul Seixas.

Midani tinha todos os motivos do mundo para não topar: Raul era, então, uma figura escorraçada no meio musical. Para piorar, o Maluco Beleza havia ironizado Midani na letra de “Conversa pra Boi Dormir” (1980): “André Sidane só faz confusão / Sonhei com ele e mijei no colchão”. Mas André Midani topou contratar Raul. Em 19 de agosto de 1989, a Warner lançou o LP “A Panela do Diabo”. Dois dias depois, Raul Seixas morreu.

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