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Celebridades Diretor Pedro Almodóvar receberá Leão de Ouro no Festival de Veneza em homenagem à sua carreira

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"Estava muito entusiasmado, mas lamentavelmente não me sinto capaz de fazer este filme", declarou o cineasta. (Foto: Reprodução)

O cineasta Pedro Almodóvar receberá o Leão de Ouro em homenagem à sua carreira na 76ª edição do Festival de Cinema de Veneza, de acordo com o anúncio divulgado nesta sexta-feira (14) pelos organizadores do evento, a ser realizado entre 28 de agosto e 7 de setembro.

A decisão foi tomada pelo Conselho Administrativo da Bienal de Veneza, do qual faz parte o festival de cinema, já que o diretor é considerado o “maior e mais influente” cineasta espanhol desde Luis Buñuel.

O diretor de “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988) e de “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999) aceitou o reconhecimento e se mostrou “muito emocionado e honrado” por este prêmio.

Almodóvar afirmou ter “belíssimas lembranças” do festival, um dos eventos de cinema mais importantes do mundo e onde justamente aconteceu sua estreia internacional com “Maus Hábitos”(1983).

“Era a primeira vez que um de meus filmes viajava para fora da Espanha, foi meu batismo internacional e uma experiência maravilhosa. (…) O Leão se transformará no meu animal de estimação, junto aos dois gatos com os quais convivo. Obrigada do fundo do meu coração”, disse o cineasta.

O diretor da mostra, Alberto Barbera, disse que Almodóvar “não é só o maior e mais influente diretor espanhol desde Buñuel, mas o autor que foi capaz de oferecer um retrato mais articulado, controverso e provocador da Espanha pós-franquista”.

“Os temas de transgressão, desejo e identidade são o terreno de seus trabalhos, impregnados de um humor corrosivo e dotado de um esplendor visual que confere inéditos brilhos à estética ‘camp’ e ‘pop art’ à qual se refere explicitamente”, destacou Barbera.

O diretor do Festival de Veneza ressaltou a capacidade do cineasta espanhol de falar do mal do amor, do abandono e da incoerência do desejo em seus filmes, o que o situa entre o melodrama e a comédia, mas sobretudo de retratar personagens femininos “incrivelmente originais”.

Veneza também entregará um Leão de Ouro honorário à atriz britânica Julie Andrews, intérprete de papéis inesquecíveis como Mary Poppins (1964).

Velhice

Pedro Almodóvar está em uma cruzada contra o almodovarismo. Ele se queixa que seus colaboradores novatos querem ser mais realistas que o rei e exagerar no visual berrante dos cenários e nos elementos kitsch da ambientação. Só que, prestes a completar 70 anos, o cineasta espanhol não se vê mais tão almodovariano assim.

“Fiz muitos filmes coloridos, agora evito. E sou cada vez menos capaz de fazer comédias”, diz a este repórter, entre um gole e outro de sua Coca-Cola Light, à beira da praia, durante o Festival de Cannes, no mês passado.

Depois de um breve silêncio, ele se apressa em dizer que isso não tem nada a ver com ter perdido o bom humor. “Ainda adoro uma fofoca, adoro falar mal dos outros.”

No filme “Dor e Glória”, que estreou na quinta (13), sua notória estridência está uns dez tons abaixo. Ainda assim, talvez seja a mais coerente de suas obras — se não em estilo, ao menos em temática.

Semiautobiográfico, o enredo sobre a crise de um bem-sucedido diretor sexagenário o obrigou a expor seus espectros e passado nas telas. “Quando comecei, senti uma hesitação. Queria mesmo me ver assim tão de perto? Depois fluiu”, diz Almodóvar.

Embora diga que o resultado tenha sido terapêutico, seu intuito inicial com um filme tão pessoal não era exatamente psicanalítico.

“Eu queria me sentir mais confortável com a ideia de o tempo estar passando. Sou ateu, ou seja, não tenho nenhum apoio psicológico. A velhice é um massacre.”

Na ficção, quem carrega o martírio da idade é Antonio Banderas, vencedor do prêmio de melhor ator em Cannes pelo papel. Ele faz Salvador Mallo, um diretor macambúzio que estourou nos anos 1980 e agora se vê forçado a revisitar sua carreira quando recebe uma homenagem.

O enredo se debruça sobre tormentos do sujeito nesse filme que marca um retorno aos dramas mais masculinos de Almodóvar — e que renderam alguns de seus melhores títulos, como “A Lei do Desejo” (1987) e “Má Educação” (2004).

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