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Economia Muitas famílias estão abrindo mão da empregada doméstica para assumir os afazeres do lar

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As capacitações abertas são para Limpeza e Organização de Armários, Cozinha, Despensa e Banheiro, e para Camareira de Hotel. (Foto: Reprodução)

Com a lenta recuperação da economia e o mercado de trabalho nada animador, muitas famílias estão abrindo mão da empregada doméstica para assumir os afazeres do lar. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 6,137 milhões de pessoas trabalhavam na função até maio deste ano – em vínculos formais e informais, como diaristas ou mensalistas. Eram 233 mil a menos do que no fim do ano passado.

“As pessoas perdem a estabilidade do emprego e não ficam seguras para contratar. Estão cortando no orçamento. É algo de que muitos abrem mão”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, ao comentar as estatísticas sobre emprego da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua).

A contratação de empregada doméstica não cabe mais no orçamento da gerente de comunicação Patrícia Andrade da Silveira, 42 anos, moradora do bairro de Santa Cecília, em São Paulo. Desempregada há pouco mais de um ano, ela precisou dispensar a diarista que cuidou de sua casa por mais de uma década.

“Ela vinha sempre duas vezes no mês. Quando fui demitida, consegui manter uma vez, enquanto tinha economias. Mas chega uma hora em que acabam as reservas, e aí não teve jeito”, conta Patrícia, que assumiu as tarefas de casa com o marido. “Quando as coisas melhorarem, vou tentar recontratá-la.”

O movimento de dispensa da empregada doméstica – 92% são mulheres -pode ser, inclusive, mais intenso do que sugere o número do IBGE. Para entrar na estatística do órgão – que segue metodologia internacional -, basta dedicar uma hora semanal à atividade. Diaristas que trabalhavam cinco dias na semana em diferentes lares e agora atuam só uma vez continuam a contar como empregadas na pesquisa.

Limpar, cozinhar, lavar e passar roupa, em troca muitas vezes de baixos salários não são exatamente tarefas que resumem um sonho profissional. Isso é verdade sobretudo para as mais jovens – com grau de estudo maior e em condições de conquistar postos de melhor qualidade. O emprego doméstico costuma ser apontado como herança colonial. Sem alternativas, no entanto, ainda há um grande número de pessoas dispostas a atuar na profissão.

“Antes, eu precisava colocar anúncios em jornais para atrair interessadas. Agora, de 50 ligações que recebo, 49 são pessoas pedindo emprego. A oferta de mão de obra cresceu. Mas somente uma das 50 ligações é de alguém pensando em contratar”, conta a proprietária da Care, que voltou a atuar como psicóloga.

A maior procura por ocupação como doméstica é movimento oposto ao visto no início da década, quando o crescimento econômico gerou melhores acessos ao emprego, como cabeleireiras, manicures, depiladoras, atendentes de supermercados, recepcionistas – com jornada de trabalho delimitada, FGTS, verbas rescisórias. “A pessoa que antes só via oportunidade no serviço doméstico buscou a qualidade empregatícia”, diz Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE.

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https://www.osul.com.br/muitas-familias-estao-abrindo-mao-da-empregada-domestica-para-assumir-os-afazeres-do-lar/ Muitas famílias estão abrindo mão da empregada doméstica para assumir os afazeres do lar 2018-07-21
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