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Geral Mulheres em cargos de primeiro escalão são apenas 22% nos 27 Estados brasileiros

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A população feminina no Brasil é de 51,8%, de acordo com o IBGE. (Foto: Reprodução)

Quatro anos depois da eleição do governo mais conservador desde a redemocratização, neste ciclo eleitoral a defesa da paridade de gênero adquiriu uma importância inédita. No primeiro debate presidencial, realizado no último domingo, as candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) se comprometeram a nomear o mesmo número de mulheres e homens nos ministérios caso sejam eleitas, algo que nunca esteve perto de acontecer. Levantamentos do jornal O Globo mostram que a presença feminina no primeiro escalão da política brasileira é historicamente baixíssima. O volume nos governos dos estados também é aquém do ideal.

A proporção de mulheres ministras no governo federal varia de menos de 2% – nos casos do governo de José Sarney (MDB), no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e na gestão de Michel Temer (MDB) – a 15,9%, recorde registrado no primeiro mandato de Dilma Rousseff. O presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, indicou apenas quatro ministras entre as suas mais de 50 nomeações. Dos 556 nomes escolhidos para pastas ministeriais desde a redemocratização, em 1985, apenas 34 foram mulheres, o equivalente a 6,1% do total.

A disparidade se mantém nos Executivos estaduais, onde a proporção de mulheres secretárias destoa muito da população feminina no Brasil (51,8%, de acordo com o IBGE). Segundo o levantamento, dos 27 Estados do país, apenas 125 mulheres ocupam alguma das 563 pastas mapeadas, o equivalente a 22% do primeiro escalão.

Como as participações de Tebet e Thronicke no debate da Band demonstraram, a pauta, tradicionalmente identificada a setores progressistas, agora furou a bolha da esquerda. Em contraste às candidatas, o líder das pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se desviou da pergunta e evitou se comprometer com a igualdade de gênero nos comandos ministeriais:

“Não sou de assumir compromisso, de me comprometer a fazer metade, indicar religioso, indicar mulher, indicar negra, indicar homem. Ou seja, você vai indicar as pessoas que têm capacidade para assumir determinados cargos”, disse o petista.

Os posicionamentos de Tebet e Thronicke indicam a influência de pautas feministas e do voto feminino na política brasileira, enquanto o de Lula demonstra a dificuldade de setores tradicionais – e mais bem posicionados para assumirem o poder – para colocarem em prática demandas emergentes da sociedade.

Decepção do eleitorado

Segundo a pesquisadora especializada em gênero Lígia Fabris, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a declaração de Lula decepciona parte de seu eleitorado:

“É uma pauta importante, e ainda que não pudesse se comprometer nesse momento, seria muito importante que fizesse alguma afirmação que reafirmasse o seu compromisso com o tema. Considero uma oportunidade perdida, e é claro que impacta eleitoralmente”, afirmou Fabris ao jornal O Globo. “Para mim, ele não deu a resposta que mulheres preocupadas com esta pauta esperavam.”

A professora acrescenta uma diferença importante, no entanto: é mais fácil para Tebet e Thronicke, ambas com pouca expressão nas pesquisas, se comprometerem com a paridade de gênero em ministérios, já que, ao contrário de Lula, dificilmente terão a oportunidade de serem cobradas por suas declarações:

“Para elas, se comprometer com a paridade de gênero é muito mais fácil do que para Lula, como não têm nenhuma chance de ganhar”, afirmou. “Mas, por outro lado, é importante que o tema seja colocado na roda, nem que seja para gerar um constrangimento aos caciques homens brancos.”

No mesmo debate, o candidato do Partido Novo, Felipe d’Avila, chamou a patrulha Maria da Penha de “polícia Maria da Paz”, enquanto Ciro Gomes (PDT) tampouco se comprometeu a ter um ministério com paridade de gênero. Também não o fez o presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebeu muitas críticas devido à maneira agressiva como tratou a jornalista Vera Magalhães. As informações são do jornal O Globo.

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