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Por Redação O Sul | 2 de julho de 2015
Depois de 18 meses de obras será entregue à comunidade de São Borja o Museu Getúlio Vargas de São Borja restaurado e ampliado. A revitalização deste patrimônio cultural tombado pelo Estado do Rio Grande do Sul proporciona um espaço para reflexão, fruição e pesquisa sobre uma das fases mais significativas da história nacional.
O evento de entrega da obra ocorre nesta sexta-feira (3), às 11h, em frente ao Museu Getúlio Vargas (Av. Presidente Vargas, nº 1772, centro de São Borja/RS), com performance do grupo Cerco – concebida especialmente para a ocasião –, com participação especial da cantora Loma.
Para a execução do projeto foram investidos mais de 2,5 milhões de reais, sendo 2,387 milhões de reais oriundos da empresa patrocinadora AES Sul,por meio do financiamento do Pró-cultura RS (Lei de Incentivo à Cultura) e outros 284 milhões de reais provenientes da Prefeitura de São Borja, que assina a realização. O planejamento e a gestão do projeto cultural foram conduzidos pelas empresas Lahtu Sensu Administração Cultural e Cida Cultural, com o apoio do IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado).
O projeto envolveu as seguintes etapas:
Pesquisa arqueológica
A investigação arqueológica, sob a coordenação do Prof. Dr. Sergio Célio Klamt e Profa. Ma. Marina Amanda Barth, do Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (CEPA), identificou remanescentes originais do piso que circundava o prédio e uma canaleta para condução de água ou esgoto não associada à casa. A fim de garantir sua preservação foi instalada uma janela no piso para visualização destes vestígios históricos pelos visitantes.
No entanto, o mais importante foi a localização de novos vestígios associados à Redução de São Francisco de Borja. É um indicativo de que a área de abrangência da Redução se estendia desde a atual igreja Matriz até onde hoje está situado o prédio do Museu Getúlio Vargas.
Restauração
O restauro da casa que já abrigava o Museu foi executado pela Arquiteta e Urbanista Berenice Pinto da Costa Rodrigues – Especialista em Conservação e Restauro de Monumentos e Conjuntos Históricos, da Parnaso Arquitetura. Na parte interna foram recuperados pisos, forros, rebocos, pintura e ferragens de fechamento das esquadrias, como cremonas e trincos, e instalados aparelhos de ar condicionado e sensores e câmeras de monitoramento, além de mobiliário novo para exposição do acervo. A fachada também foi restaurada.
Ampliação
A equipe da RAK Engenharia, sob a orientação do engenheiro Carlos Eurico Antunes, executou a construção da edificação nova, nos fundos do terreno. Com cerca de 230 metros quadrados, o prédio com dois pavimentos será destinado à reserva técnica (para preservação do acervo existente), sala de consulta e pesquisa, além de salas de higienização, restauração e manutenção do Acervo, equipando o Museu com as condições adequadas para o exercício de suas funções.
Museografia / Acervo
O projeto museográfico, realizado a partir do levantamento histórico dos curadores Glaucia Vieira Ramos Konrad e Diorge Alceno Konrad e museologia da Lahtu Sensu, busca destacar o importante acervo fotográfico, documental e de indumentária existente, oferecendo um panorama cronológico da vida de Getúlio Vargas, nos diversos ambientes da casa onde o estadista viveu por doze anos, após seu casamento, e na qual seus filhos nasceram.
A ideia central que permeou a curadoria histórica é mostrar ao público um Getúlio são-borjense que explica parte fundamental da Formação Histórica do Brasil no século 20, partindo da história local para o Brasil.
Outra parte significativa do acervo do Museu é a coleção de álbuns fotográficos da Agência Nacional do D.I.P. – Departamento de Imprensa e Propaganda e do D.N.P. – Departamento Nacional de Propaganda.