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Brasil Na maior apreensão de dinheiro vivo da História do Brasil, um mindinho roubou a cena. Um mindinho da mão esquerda

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O ex-ministro foi preso pela segunda vez no dia 8 de setembro de 2017. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Foi graças à impressão digital deixada por ele que a Polícia Federal conseguiu uma prova concreta do envolvimento de Geddel Vieira Lima com os 51 milhões de reais encontrados em um apartamento de Salvador.

Desde que a série “CSI” virou hit nos anos 2000 (a temporada de estreia reuniu 20 milhões de espectadores, e a atração se tornou uma das mais cultuadas na TV), os papiloscopistas não protagonizavam um enredo tão elaborado.

“O pessoal confunde nosso trabalho, muita gente não sabe o que é. Mas a papiloscopia é importantíssima. É a rainha das provas”, diz Antonio Maciel Aguiar Filho, presidente da Federação Nacional dos Peritos Oficiais em Identificação.

Na hora de uma investigação, afinal, uma testemunha sempre pode mentir. Já uma impressão digital… Quando a equipe da Polícia Federal encontrou a dinheirama no tal apartamento de Salvador, começou ali um trabalho de busca de elementos que pudessem revelar os bastidores da história.

Em um plástico que embrulhava 100 mil reais, os peritos encontraram a digital. Lançada no banco de dados da PF, a imagem “deu match” com o mindinho carimbado nos registros do passaporte do ex-ministro. Em notas de dinheiro foram achados fragmentos de outras impressões, depois identificadas como sendo também de Geddel e de Job Ribeiro e Gustavo Ferraz, que trabalhavam para ele.

A parte das digitais, porém, é só o papi da papiloscopia. “Somos profissionais que trabalham no processo de identificação humana”, Maciel esclarece. “E isso acontece por análise de digitais, sim, mas também por representação facial, com reconstituições, projeções de envelhecimento, rejuvenescimento e disfarce, comparação facial e o tradicional retrato-falado.”

Hoje, ele estima que existam entre 4 mil e 4.500 peritos oficiais dedicados a esse trabalho. Gente que atua desde a emissão de carteiras de identidade até a identificação de cadáveres e, como no caso citado ao longo deste texto, na investigação de autores de crimes.

São pessoas com formações variadas, mas terceiro grau obrigatório, que fazem concurso e ingressam na profissão ganhando, no mínimo, cerca de 5 mil reais (os salários variam bastante dependendo do local de trabalho).

Ciência de nome empolado, a papiloscopia chegou ao Brasil em 1903 pelas mãos do escritor (foi membro da Academia Brasileira de Letras), jornalista, advogado e político Félix Pacheco. Fundador do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal-RJ, hoje Instituto Félix Pacheco, ele descobriu a novidade numa viagem à Argentina.

Diante de tantas fraudes, laranjas e esquemas de corrupção, não tem faltado trabalho aos peritos da área. Recentemente, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) descobriu, graças à biometria, 25 mil títulos de eleitor duplicados. Ao cruzar as digitais, o órgão encontrou um único sujeito com 52 títulos.

“Há muitos exemplos de sucesso. Lembra o serial killer de Goiânia”, pergunta Maciel, referindo-se ao vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, que já passou por 30 júris populares e foi condenado 28 vezes. “Impressões digitais achadas num copo foram fundamentais no processo.”

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