Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de março de 2018
Os Correios informaram neste sábado (17) não ter “conhecimento” que de a munição utilizada no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) tenha sido furtada de sua sede no Estado. Essa informação foi dada em resposta à versão apresentada pelo ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, na sexta-feira (16), de que as munições pertenciam à PF (Polícia Federal) e foram furtadas da sede dos Correios em 2006.
“Em resposta às recentes notícias sobre suposto desvio de carga pertencente à Polícia Federal ocorrido nos Correios, a empresa esclarece que, no passado recente, não há nenhum registro de qualquer incidente dessa natureza e que está apurando internamente as informações”, informou a empresa, em nota.
Os Correios informaram ainda que, por serem empresa pública, “situações envolvendo armas, munições, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal, para investigação”.
“No caso do Rio de Janeiro, já foi instaurado inquérito pela PF, que é o órgão competente para prestar mais esclarecimentos sobre a matéria.” A reportagem procurou a Superintendência da PF na Paraíba mas ligações não foram atendidas.
Jungmann deu a informação ao comentar o fato de a munição encontrada na cena do crime pertencer a um lote vendido à Polícia Federal de Brasília em 2006. “Essa munição foi roubada na sede dos Correios, pela informação que eu tenho, anos atrás na Paraíba. E a Polícia Federal já abriu mais de 50 inquéritos por conta dessa munição desviada”, afirmou o ministro. A reportagem voltou a procurar a assessoria do ministro neste sábado. Jungmann manteve o comentário feito no dia anterior.
Relembre o caso
A quinta vereadora mais votada do Rio em 2016, Marielle Franco foi assassinada a tiros na quarta-feira (14). A morte dela causou grande repercussão, a ponto de pessoas em todo o país se manifestarem contra a violência, e o governo federal anunciar que concentrará “todos os esforços” em encontrar os assassinos.
Segundo Raul Jungmann, a Polícia Federal determinou ao melhor especialista em impressões digitais e em DNA que colha o material genético nas cápsulas.
“A PF tem um banco de dados e vai colocar esse material coletado para identificar [impressões digitais], o que já seria uma pista segura no que diz respeito a quem realizou o crime”, completou.
Confira abaixo nota oficial dos correios na íntegra:
“Em resposta às recentes notícias sobre suposto desvio de carga pertencente à Polícia Federal ocorrido nos Correios, a empresa esclarece que, no passado recente, não há nenhum registro de qualquer incidente dessa natureza e que está apurando internamente as informações.
A empresa não aceita postagem de remessas contendo armas ou munição, exceto quando autorizado por legislação específica. Neste caso, o tráfego, via Correios, de produtos controlados pelo Exército, submete-se às disposições estabelecidas no Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados, conforme a Portaria nº 015/2009 – Colog/Ministério da Defesa.
Por serem os Correios uma empresa pública, situações envolvendo armas, munições, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal, para investigação. No caso do Rio de Janeiro, já foi instaurado inquérito pela PF, que é o órgão competente para prestar mais esclarecimentos sobre a matéria.”