Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2015
Há tempos a fronteira entre ficção e realidade se desfez. Percorrer as terras mágicas da Flórida, no sul dos Estados Unidos, é embarcar em um vaivém entre o mundo real e o imaginário. No Kennedy Space Center, parque da Nasa (agência espacial americana), por exemplo, não há dúvidas que a fantasia e a realidade caminham lado a lado.
Visto da janela do carro, a pouco mais de 300 metros do Kennedy Space Center, o ônibus espacial dispensa óculos 3D, binóculos ou qualquer recurso visual extra. Imponente, o tanque laranja de 56 metros de altura aponta para o céu acompanhado por dois propulsores brancos.
Como se fosse rompê-lo com sua cápsula pontiaguda, parece prestes a decolar rumo ao espaço – ao menos é essa a cena cinematográfica que vem à mente ao ficar cara a cara com a réplica em tamanho natural do Atlantis, cujo primeiro voo ocorreu em 1985.
Aberto em 1962, ainda sob o nome de Centro de Operações de Lançamento, o parque foi rebatizado no ano seguinte, em homenagem ao presidente – e entusiasta espacial – John Kennedy, assassinado em 1963.
O acesso ao Kennedy Space Center só é possível com carro ou van. Embora menos alvoroçado que os parques da Disney e da Universal, é recomendável chegar cedo para evitar filas e acompanhar o desfile receptivo do astronauta antes da abertura do parque.
Perdido em Marte.
O Journey to Mars, área dedicada a explicar, de maneira interativa e didática, desde a básica personalidade de Marte às recentes descobertas por lá, dá pistas do que talvez haja de mais ousado nos projetos da Nasa: a colonização do planeta vermelho. Ainda é possível aproveitar o “Almoce com um Astronauta”, atração extra por 29,99 dólares por pessoa, com comida e bebida à vontade, em que você pode almoçar com um viajante espacial.
De volta para o passado.
Deixando o futuro para trás, o Space Shuttle Atlantis é onde se preserva boa parte das lembranças das missões realizadas por ônibus espaciais entre 1981, ano de lançamento da frota Columbia, e 2011, data da aterrissagem da última frota Endeavour.
Em seus mais de 33 mil metros quadrados – que incluem a suspensão do verdadeiro Atlantis, inclinado a 43,21 graus, como se estivesse em órbita –, há mais de 60 simuladores, reproduções de quartos, banheiros e caminhos tubulares de naves, além de roupas e objetos pessoais de astronautas mortos em missões espaciais. Já a curiosa simulação de ser lançado à estratosfera não é de dar frio na barriga, mas a tremedeira que faz o rosto ter espasmos é divertida.
Além do Complexo do Visitante, o ingresso (50 dólares para adultos, 40 dólares para crianças) inclui ônibus até o Centro Apollo/Saturno V, onde está o último foguete da mais famosa série de missões espaciais da Nasa. “O Saturno V foi o 18 a ser construído”, conta a guia Lívia Ribeiro, apontando para o nada discreto monstrengo que ocupa, suspenso, todo o galpão.
Duas relíquias acabam por chamar mais a atenção: o módulo de comando da Apollo 14, “Kitty Hawk”, onde Allan Shepard, primeiro americano a ir ao espaço, em 1961, embarcou; e pedaços de pedras da superfície lunar. (AE)