Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2020
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (20) que esta é uma boa hora para vir para o Brasil, após ressaltar que não haverá abandono ao teto de gastos, que o governo segue engajado em sua agenda de modernização de marcos regulatórios e que vai criar um mecanismo de hedge cambial para investidores de longo prazo.
Dando sequência a participações recentes feitas em eventos para investidores, ele disse, desta vez na Milken Institute Global Conference, que o País está sendo mal interpretado quanto ao seu compromisso com o meio ambiente e com os indígenas.
“Eu não acho que serei despedido nos próximos meses, como o antigo ministro da Fazenda, e eu acho que é hora de vir para o Brasil”, afirmou. “É o lugar certo para bom dinheiro, dinheiro para horizonte de longo prazo, investimento privado”, completou.
Guedes destacou que o país manterá a agenda de reformas, atualização de marcos regulatórios e privatizações. “Será um grande erro não investir no Brasil”, disse.
Para o ministro, é natural que a taxa de câmbio fique mais alta, enquanto os juros são mais baixos. “Estamos há um ano e meio sem corrupção no governo, e isso nunca aconteceu antes. É normal que a taxa de juros caia e a taxa de câmbio aumente, mas os investidores estrangeiros podem ficar tranquilos que teremos bons mecanismos de hedge [proteção]”, afirmou.
Segundo o ministro, o governo não vai aumentar a carga tributária. “Não vamos aumentar impostos no Brasil, vamos reduzir tributos das empresas”, disse Guedes. Ele acrescentou o governo quer criar imposto sobre dividendos e simplificar o sistema tributário no Brasil.
A primeira parte da reforma tributária foi enviada pelo governo em julho deste ano, com a unificação de tributos na futura Contribuição sobre a Receita decorrente de Operações com Bens e Serviços (CBS), com alíquota única de 12%.
A equipe econômica estuda ainda mudanças no Imposto de Renda, cobrança de alíquota sobre lucros e dividendos e proposta para desonerar a folha de pagamento das empresas em troca da criação de uma contribuição sobre transações.
Guedes disse ainda que o país vem sendo “mal interpretado” no que diz respeito a questões ambientais. Ele lembrou que, no passado, foi considerado importante “ocupar o território” da Amazônia, o que é mal visto até hoje, mas não é possível tirar a população. Ele disse ainda que é preciso haver políticas para preservar e transformar a região.
De acordo com o ministro, é difícil controlar todo o território da Amazônia devido ao tamanho da região, “maior do que a Europa”. “Nossa bandeira é verde e amarela, somos verdes, temos as matrizes energéticas mais limpas do mundo”, enfatizou Guedes.
Na conferência, o ministro lembrou que 65 milhões de pessoas foram bancarizadas (tiveram acesso ao sistema bancário) durante a pandemia de Covid-19, com o pagamento do auxílio emergencial em conta digital criada pela Caixa Econômica Federal.
“O Brasil é uma democracia digital. Na pandemia, digitalizamos 64 milhões de pessoas. Quanto vale um banco que tem 64 milhões de pessoas que foram bancarizadas pela primeira vez e serão leais pelo resto da vida? Estamos planejamento um IPO [oferta pública de ações] deste banco digital”, disse Guedes. As informações são da agência de notícias Reuters e da Agência Brasil.