Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2019
“Nós não somos vilões de nada. Ao contrário. Basta olhar um país que tem 80% da Amazônia preservada, 60% da mata nativa brasileira preservada. O código florestal é a norma ambiental mais restritiva do mundo. O vilão são os outros que acabaram com as suas florestas, poluíram por mais de 100 anos a atmosfera com gases do efeito estufa com combustíveis fósseis. Portanto, se há alguém que é vilão de nada, esse alguém é o Brasil”, disse o ministro. O ministro também disse que os brasileiros que criticam as políticas do Brasil precisam “repensar o seu papel”.
O Brasil ganhou duas vezes o prêmio “Fóssil do Dia” na COP 25, uma premiação simbólica e não oficial que destaca países por ações prejudiciais ao meio ambiente.
A antipremiação é anunciada mais de uma vez durante a conferência e é organizada pela Rede Internacional de Ação Climática (CAN). Na primeira vez, divulgada na terça-feira (3), o governo brasileiro venceu “por culpar a sociedade civil pelas queimadas na Amazônia”. Nesta quarta (11), foi “premiado” por “legitimar a grilagem de terras e a anistia do desmatamento”.
Além dos dois troféus de 2019, esse é o segundo ano consecutivo em que o presidente Jair Bolsonaro é vinculado ao Brasil no prêmio. No ano passado, quando já havia sido eleito, ele foi reconhecido pelos ativistas por ter se recusado a sediar no Brasil a cúpula que debate mundialmente sobre o clima. As declarações do então futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também foi lembrado por declarações sobre aquecimento global em seu blog pessoal.
A COP 25 começou no dia 2 de dezembro. Forem reunidos representantes de quase 200 países, totalizando quase 29 mil pessoas, que participaram de debates e articulações. O principal desafio da COP 25 é acelerar o combate às mudanças climáticas. Eventos climáticos extremos no mundo inteiro, como enchentes e queimadas, estão ligados ao aquecimento global causado pelo ser humano, conforme demonstram estudos científicos realizados em diferentes países.
Neste ano, o slogan adotado foi “Hora da Ação” (Time for Action). Desde 2015, quando foi assinado um grande acordo climático global, o Acordo de Paris, as conferências do clima anuais têm se dedicado a como colocá-lo em prática.
Novo texto
A presidente da COP25, Carolina Schmidt, disse hoje (14) que entende o descontentamento dos delegados e promotores da 25ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e prometeu um texto final e conclusivo mais ambicioso.
Os delegados estão novamente trabalhando em novos textos, documentos que depois vão a votação em plenário. A mensagem foi transmitida aos jornalistas há pouco, em uma conferência de imprensa em Madrid, onde um dos coordenadores assumiu que o pedido foi feito por uma maioria dos países e que, neste momento, estão trabalhando em um texto que possa corresponder às expectativas.
Mas a forma como os trabalhos têm decorrido já levou a acusações de traição por parte da diretora-executiva da organização ambientalista Greenpeace. Jenifer Morgan alerta que os poluidores estão sendo beneficiados em detrimento da população em geral.
O presidente da Organização Ambientalista Zero, Francisco Ferreira, que também acompanha os trabalhos em Madrid, está pessimista sobre os resultados desta Cimeira.