Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2023
O resultado de um estudo divulgado pela Nasa (a agência espacial norte-americana) pode ter descoberto o funcionamento do fluxo de calor de Vênus. Por meio de dados de três décadas da missão Magellan, a pesquisa investigou a maneira como o planeta esfria e observou que regiões finas da camada superior do astro podem ser a peça chave para o entendimento do processo.
Nos anos 1990, os pesquisadores descobriram características geológicas quase circulares chamadas coronae. Os profissionais realizaram novas medições nas imagens obtidas pela espaçonave Magellan e constataram que as coronas tendem a estar em locais onde a litosfera de Vênus é mais fina e ativa.
Essa característica permite que mais calor saia do interior do planeta e indica um provável aumento da atividade vulcânica abaixo da superfície. Essas regiões têm fluxo de calor estimado acima da média da Terra. Por conta disso, as coronae tendem a ser espaços com geologia ativa que moldam a superfície do planeta.
Os pesquisadores analisaram 65 coroas não estudadas anteriormente para estudar a litosfera ao redor. Eles mediram a profundidade das trincheiras e sulcos ao redor de cada uma delas e descobriram que as cristas estão mais próximas umas das outras em locais com litosfera mais flexível ou elástica.
A Nasa utilizou de um modelo de computador que simula como a crosta se dobra e descobriu que a litosfera em volta de cada coroa tem cerca de 11 quilômetros de espessura. O valor identificado indica uma camada muito mais fina do que estudos anteriores apontavam.
“Embora Vênus não tenha o estilo tectônico da Terra, essas regiões de litosfera fina parecem permitir a fuga de quantidades significativas de calor, semelhantes a áreas onde se formam novas placas no fundo do mar da Terra”, diz a pesquisadora Suzanne Smrekar.
Os cientistas também calcularam a idade do material do planeta ao contarem o número de crateras de impacto visíveis. Ao realizarem a observação, os profissionais descobriram que a superfície é relativamente jovem. O motivo disso seria a atividade vulcânica que impulsiona o recapeamento regional.
A Nasa informou que a nova missão Veritas, com lançamento dentro de uma década, continuará o trabalho feito pela aeronave Magellan. A prioridade do estudo é o melhoramento dos dados, que são de baixa resolução e têm grandes margens de erro. As informações são do jornal Extra.