Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2022
Os trabalhos do telescópio James Webb, da Nasa (agência espacial americana), começarão em julho desse ano, e a expectativa é grande na agência espacial para estudar exoplanetas como o LHS 3844 b e o 55 Cancri e, onde se acredita que existam oceanos e chuvas de lava cobrindo a superfície.
Os dois exoplanetas serão os primeiros explorados pelo telescópio, mas é o 55 Cancri e que mais chama a atenção, por sua temperatura extrema, muito acima do ponto de fusão dos minerais que formam rochas: estima-se que, por lá, o calor chegue a 2.400 graus celsius durante o dia.
O exoplaneta foi descoberto em 2004, e se encontra a “apenas” 2,4 milhões de quilômetros da estrela que orbita – uma distância 25 vezes menor que o espaço entre o sol e Mercúrio, planeta mais próximo de nossa estrela.
Observações sugerem que o lado mais quente do 55 Cancri e não é, porém, a face virada para a estrela: a explicação pode estar na possível atmosfera do exoplaneta, ou em sua rotação. O planeta tem a massa mais de 8 vezes maior e o diâmetro duas vezes maior que o da Terra.
A primeira hipótese levantada sugere que a movimentação de calor se dê por conta do planeta possivelmente possuir uma atmosfera dinâmica e espessa, feita de oxigênio ou nitrogênio.
“Se tiver uma atmosfera, o James Webb tem a sensibilidade e o alcance de comprimento de onda para detectá-la e determinar do que é feita”, afirmou Renyu Hu, especialista do Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa, que lidera uma equipe que trabalhará com o telescópio para estudar a emissão térmica do lado diurno do 55 Cancri.
A outra possível explicação pode estar na movimentação do planeta – que pode ser semelhante a de Mercúrio, e completar três rotações para cada duas órbitas na estrela, em padrão conhecido como ressonância 3:2.
Nesse caso, o planeta fora do nosso sistema solar possuiria um ciclo de dia e noite como acontece na Terra, que acaba por levar algum tempo para aquecer, fazendo com que a hora mais quente não seja ao meio-dia, mas sim durante a tarde.
Essa hipótese pode fazer com que a superfície aqueça, derreta e até evapore durante o dia, formando uma fina atmosfera e provocando processo de condensação que faria com que a lava derretida chovesse durante a noite sobre a superfície do planeta.