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Geral Negócios milionários: o que há por trás do grupo mercenário que desafiou o poder de Putin

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Imagem mostra combatentes do Grupo Wagner após fim do motim contra as forças russas. (Foto: Reprodução)

Nos últimos dias, a Rússia tem vivido uma crise militar provocada pelo desentendimento do Grupo Wagner, uma milícia mercenária, e o governo de Vladimir Putin. São cerca de 40 mil homens atuando na linha de frente da invasão à Ucrânia e especialistas indicam que se não fossem essa força, a Rússia dificilmente conseguiria se manter tanto tempo em uma guerra.

O surgimento do grupo nos leva até 2015, quando um acampamento foi montado na região de Krasnodar, no oeste da Rússia, ao lado da base da unidade de Inteligência do Exército Russo.

“Eram umas poucas barracas do lado de fora de um quartel, mas foi chegando mais gente. Um soldado chamando o outro… Essa foi a origem do Grupo Wagner”, conta Alexander Zlotev, ex-mercenário russo que desertou e hoje vive em Paris.

Em documentário inédito sobre o grupo, ele explica que chegou à cidade de Luhansk, no leste ucraniano, sem que fosse militar, mas com armas fornecidas pelo exército da Rússia. Essa participação de nacionalistas armados foi decisiva para que duas regiões da Ucrânia declarassem a independência: Luhansk e Donetsk. Uma grande vitória para Putin.

O acampamento de 2015 em pouco tempo já era formado por centenas de homens. Entre eles Marat Gabidoulline, também um ex-mercenário refugiado na França.

“Eu fiz parte do Grupo Wagner de 2015 a 2019. Até 1993 eu servia à Aeronáutica, mas eu fui preso por assassinato e peguei três anos de prisão. Com isso, não dava para voltar a ser militar, até que um amigo me falou desse grupo se formando num acampamento. Eles não ligavam para minha ficha criminal. E eu poderia voltar a usar armas com uma espécie de respaldo oficial, sabe?”, conta o russo.

O líder dos mercenários foi escolhido dentro da inteligência russa: Dmitri Utkin, que já usava o codinome Wagner. Em uma de suas raras fotos, é possível ver uma de suas tatuagens com o símbolo da SS, a unidade paramilitar nazista. De acordo com Alexander Zlotev, Utkin sempre defendeu a supremacia branca.

Se Utkin é o executor, o estrategista é o ainda mais poderoso Yevgeny Prigozhin. Um empreendedor que já foi dono de restaurantes e fechou contrato para fornecer alimentação para o exército e escolas da Rússia. Assim, de empresário local, acabou se tornando um milionário que sabia se aproveitar do acesso ao poder.

Com essa formação, o Grupo Wagner começou a ganhar impulso em 2015, na guerra da Síria. Putin decidiu apoiar o ditador Bashar Al-Assad contra rebeldes e milícias islâmicas e o Grupo Wagner atuou na linha de frente com 1.500 mercenários.

Se de um lado Putin demonstrava força militar, do outro Prigozhin negociava com Bashar Al-Assad 25% dos lucros na exploração do petróleo sírio.

“Para entender o Grupo Wagner, é preciso enxergar que o objetivo é comercial. Os mercenários de vêm na frente e por trás vêm os negócios, que podem ser mineração, construção civil ou hotelaria”, diz Gabidoulline.

O FBI acusa Prigozhin de estar envolvido na divulgação de fake news que tiveram influência na eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos e no plebiscito Brexit, no Reino Unido.

Até fevereiro de 2022 o poder de Prigozhin não chamava a atenção do público, mas isso mudou quando Putin enviou tropas para a invasão da Ucrânia e encontrou uma forte resistência, apoiada por países europeus e pelos Estados Unidos.

Ao ver que a guerra poderia se prolongar, Prigozhin mudou de postura e passou a visitar penitenciárias para recrutar mercenários. Mas com as crescentes mortes na linha de frente, o empresário foi percebendo que sua milícia era indispensável na guerra e ficou mais ousado. Foi então que mirou no Ministro de Defesa da Rússia.

“Quando o ministro diz que não vai fornecer munição ou mandar as forças aéreas para apoiar o Grupo Wagner, isso equivale a traição”, disse Prigozhin.

O líder do Grupo Wagner também começou a ser filmado no campo de batalha, ao contrário de Putin e seus ministros.

Enquanto milhares de combatentes do grupo morrem no campo de batalha, Prigozhin negocia os serviços de seus mercenários em países da África e, em troca, vai acumulando direito de explorar minas de ouro e outros minérios.

As acusações de extermínio, tortura e estupros coletivos provocados pelos mercenários são cada vez mais frequentes e todos sabem que a crueldade é uma das ferramentas utilizadas pelo chefe do grupo.

Na conjuntura atual, o Grupo Wagner ganha força na África e vive incerteza na Ucrânia. Mas o consenso é de que se Putin perder a guerra, o milionário também sai derrotado. E o destino dos dois talvez esteja mais ligado do que eles gostariam.

Na primeira manifestação após o fim de um motim, o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse, nesta segunda-feira (26), que a marcha em direção a Moscou, abortada após negociação com o governo russo, não tinha por objetivo derrubar o governo de Vladimir Putin, presidente da Rússia.

“O objetivo da marcha era evitar a destruição do ‘Wagner’ e responsabilizar os funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros”, disse o paramilitar em uma mensagem de áudio de 11 minutos, divulgada pelo Telegram.

Prigozhin afirmou ainda que recuou para “evitar um derramamento de sangue de soldados russos”. As informações são do portal de notícias G1.

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https://www.osul.com.br/negocios-milionarios-o-que-ha-por-tras-do-grupo-mercenario-que-desafiou-o-poder-de-putin/ Negócios milionários: o que há por trás do grupo mercenário que desafiou o poder de Putin 2023-06-26
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