Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2017
Citado como uma hipótese política viável em caso de renúncia ou destituição de Michel Temer, Nelson Jobim (filiado ao mesmo PMDB de Temer) almoçou nesta quinta-feira (25) em São Paulo com cerca de cinquenta integrantes do mercado financeiro, num evento promovido pelo BTG Pactual, banco do qual é sócio. Ele não conseguiu se esquivar das perguntas da interessada plateia: Teria ele disposição para entrar na corrida eleitoral?
Descontraído, com uma nesga de sorriso nos lábios, Jobim citou as duas razões do impedimento. A primeira delas seria o banco. Nesse momento, ele mexeu a cabeça procurando a cumplicidade do economista-chefe do BTG Pactual, Eduardo Loyo, de quem estava próximo. A segunda, que nenhum comensal levou a sério, seria a suposta resistência de sua mulher Adrienne de Senna. Segundo ele, a patroa não gosta nem de ouvir falar da hipótese.
Apesar de sonhar com a presidência da República há tempos — o ex-ministro já foi cotado para candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff em 2010 –, o BTG parece um obstáculo às suas pretensões. Jobim enfrenta nas coxias a resistência de André Esteves, fundador e controlador do banco, que já se manifestou contrário à entrada do sócio na disputa. A opção Jobim, ele sabe, arrastaria novamente seu nome e o do banco para o centro da Lava-Jato — tudo o que ele não quer nesse momento. André Esteves amargou 24 dias na penitenciária de Bangu, no Rio, em 2015, e ainda enfrenta processos na Justiça. Com Jobim no páreo, alguns planos de Esteves poderiam dar n’água.
No encontro com os banqueiros, Jobim repetiu que a situação é “muito difícil” e deu a entender aos presentes que Temer não deve chegar politicamente vivo em 2018. Quando um convidado insistiu, ele tergiversou. Disse que, na atual conjuntura, era muito difícil apontar qualquer cenário. (Folhapress)