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Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2019
O volume do setor de serviços cresceu 0,8% outubro, na comparação com setembro, segundo divulgou nesta quinta-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com outubro do ano passado, a alta foi de 2,7%.
Trata-se da segunda alta seguida e o 6º resultado mensal positivo no ano. Foi também o melhor resultado para meses de outubro desde 2012, quando houve alta de 1%.
Das 27 unidades da federação, 22 registraram alta em outubro, na comparação com setembro, com destaque para Rio de Janeiro (2%), São Paulo (0,5%) e Santa Catarina (3,7%). Já as maiores quedas ocorreram em Roraima (-7,9%), Acre (-4,5%) e Tocantins (-1,9%).
Recuperação ganha ritmo
No ano, o setor passou a acumular avanço de 0,8%. No acumulado em 12 meses, o setor mostrou ganho de ritmo, ao passar de uma alta de 0,7% em setembro para 0,8% em outubro, mas ainda segue abaixo do nível registrado em julho, quando acumulava alta de 0,9%.
Segundo o IBGE, o setor de serviços assinala um crescimento acumulado de 3% entre julho e outubro deste ano, revertendo a perda de 1,8% observada no período entre janeiro e junho de 2019 e avançando 1,2% frente ao patamar de dezembro de 2018.
Em termos de patamar, o volume de serviços prestados no Brasil ficou 9,7% abaixo do pico, registrado em novembro de 2014. “Isso equivale ao patamar de meados de 2016”, apontou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. “Recuperamos 3 anos e 3 meses”.
Segundo o pesquisador, essa é a primeira vez em que se percebe um movimento mais claro de recuperação do setor. “Entre março de 2017 e meados deste ano, o que a gente observava era que o setor de serviços oscilava entre perda e ganho [crescia em um mês, caía no outro]. Agora, podemos dizer que nesses últimos quatro meses ele recuperou 3 anos e 3 meses”, disse.
Alta anual
Segundo Lobo, considerando os últimos resultados acumulados, a tendência é que o setor tenha “o primeiro fechamento de ano com resultado positivo desde 2014”. Entre 2015 e 2017 foram três quedas seguidas, que acumularam perda de 11%. Já 2018 fechou com estabilidade (0,0%).
“Restando apenas dois meses para fechar o ano, vemos que o setor de serviços aponta para um resultado no campo positivo, dado que a conjuntura econômico não sugere nenhum movimento que possa derrubar os resultados do setor, como ocorreu em maio do ano passado com a greve dos caminhoneiros, que realmente derrubou o setor de serviços”.
Serviços audiovisuais
Segundo o IBGE, entre as cinco atividades pesquisadas, quatro tiveram alta, com destaque para o setor de serviços de informação e comunicação (1,8%), que foi impulsionado pelo segmento de tecnologia da informação (2,6%) e pelos serviços audiovisuais (6,7%).
Já os serviços prestados às famílias avançaram 1,5%, “com hotéis e restaurantes mostrando algum tipo de recuperação, o que tem relação direta com a melhoria das condições do mercado de trabalho e, consequentemente de renda”, destacou o pesquisador.
Veja a variação do volume de serviços em outubro, por atividade e subgrupos: Serviços prestados às famílias: 1,5%; Serviços de alojamento e alimentação: 2%; Outros serviços prestados às famílias: -1,4%; Serviços de informação e comunicação: 1,8%; Serviços de tecnologia da informação e comunicação: 0,6%; Telecomunicações: -0,2%; Serviços de tecnologia da informação: 2,6%; Serviços audiovisuais: 6,7%; Serviços profissionais, administrativos e complementares: 0,1%; Serviços técnico-profissionais: 3,4%; Serviços administrativos e complementares: -1%; Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,1%; Transporte terrestre: 0,9%; Transporte aquaviário: 2,7%; Transporte aéreo: 1,4%; Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,9%; Outros serviços: -0,3%.
No acumulado no ano, os serviços de informação e comunicação (3,2%) exerceram o principal impacto positivo sobre o índice global. Segundo o IBGE, o crescimento do segmento foi impulsionado pelo aumento da receita de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet, empresas de consultoria em tecnologia da informação, de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis, de consultoria em tecnologia da informação e suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação.
Os demais avanços nos 10 primeiros meses do ano vieram de outros serviços (5,1%), de serviços prestados às famílias (3,5%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (0,2%).
A única influência negativa do acumulado de janeiro a outubro de 2019 ficou com o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,7%), pressionado, sobretudo, pelo recuo no volume de receitas de transporte rodoviário de cargas, de operação de aeroportos e de transporte rodoviário coletivo e aéreo.