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Por Redação O Sul | 12 de maio de 2020
O número de mortes pelo novo coronavírus no Reino Unido passou de 40 mil, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS, na sigla em inglês), que leva em conta informações da Inglaterra e do País de Gales, e do levantamento da agência Reuters, que incluem a Escócia e a Irlanda do Norte. Com a cifra, a região se torna o país com a maior quantidade de óbitos da Europa.
Apesar de a contagem ser diferente entre os países, dificultando a comparação, os dados do instituto confirmam que o Reino Unido está entre as nações mais atingidas pela pandemia da Covid-19, que já matou mais de 285 mil pessoas no mundo. Os números foram divulgados dois dias depois que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou um plano gradual de desconfinamento, que foi considerado contraditório e perigosamente confuso.
Ainda segundo a Reuters, ao menos 20 mil pessoas morreram em clínicas de repouso na Inglaterra e no País de Gales por consequências da pandemia. Nem todos teriam entrado nas estatísticas oficiais de Covid-19. O levantamento é baseado em cálculos da agência em cima dos dados oficiais.
Até o dia 1º de maio, foram registradas, ao todo, mais de 37 mil mortes em clínicas de repouso em ambos os países, segundo o ONS. Com base na comparação da média de mortes semanais nesses espaços no mesmo período em cinco anos, a Reuters calculou que o excesso de mortes totalizou mais de 19,9 mil, que podem ter como causa o coronavírus. O estudo exclui as mortes que aconteceram depois do primeiro dia desde mês.
Por causa do impacto do coronavírus no Reino Unido, o país prolongou, nessa terça-feira (12), em mais quatro meses os subsídios salariais para evitar o desemprego — uma das principais medidas para mitigar a crise econômica causada pela pandemia. Porém, o governo disse que os empregadores devem ajudar a cobrir o enorme custo do auxílio a partir de agosto.
O ministro das Finanças, Rishi Sunak, disse que 7,5 milhões de funcionários tiveram o contrato suspenso temporariamente — o equivalente a um em cada quatro trabalhadores britânicos — e que entraram no sistema de auxílio.
Segundo Sunak, esses empregos vão continuar recebendo 80% de seus salários — até 2.500 libras (R$ 17.809, na conversão atual) por mês — até o final de outubro. O ministro, porém, afirmou que o auxílio é caro e que não pode continuar indefinidamente.
“Nós nos esforçamos para ser o mais generosos possível para empresas e trabalhadores”, disse ele ao Parlamento. “Esse esquema é caro. É a coisa certa a ser feita, o custo de não agir seria muito maior. Mas não é algo que possa continuar indefinidamente no futuro.”
O objetivo da medida é evitar um alta de desemprego, como aconteceu nos Estados Unidos. Porém, com um custo de cerca de 10 bilhões de libras ao mês, os gastos do auxílio chegam a quase os mesmos do sistema de saúde público britânico. No entanto, com cerca de 10 bilhões de libras por mês, seu custo é próximo ao valor que a Grã-Bretanha gasta em serviços públicos de saúde.
De acordo com Sunak, a partir de agosto os empregadores que atualmente usam o esquema poderão chamar os funcionários que tiveram os contratos suspensos de volta para uma jornada reduzida, algo que os grupos empresariais estavam pedindo.