Terça-feira, 03 de junho de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Rio Grande do Sul Nova espécie de dinossauro é encontrada no Rio Grande do Sul

Compartilhe esta notícia:

Os silessauros foram, em geral, animais pequenos de aproximadamente um metro, e eram caracterizados por apresentarem um bico na região anterior da mandíbula.

Foto: Arte: Matheus F. Gadelha
Os silessauros foram, em geral, animais pequenos de aproximadamente 1 metro. (Foto: Matheus F. Gadelha)

A descoberta de uma nova espécie de dinossauros que viveu em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, há aproximadamente 235 milhões de anos atrás, foi publicada na última sexta-feira (30) pelo periódico Scientific Reports, do Grupo Nature.

O estudo “Continuous presence of dinosauromorphs in South America throughout the Middle to the Late Triassic” (“Presença contínua de dinossauromorfos na América do Sul durante o Triássico Médio e Superior”, em tradução livre) descreve fósseis de uma nova espécie de silessauro, um grupo de répteis característicos do período Triássico.

A principal contribuição do artigo liderado pelo paleontólogo e doutor pela UFRGS Voltaire Paes Neto, está na descrição de dois novos ossos da cintura (um ílio e um ísquio) de um animal do grupo dos silessaurídeos, que foi batizado pelos pesquisadores como Itaguyra occulta.

Segundo Heitor Francischini, professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, do Instituto de Geociências (IGeo/UFRGS), e coautor da pesquisa, esse novo achado na área paleontológica permite conhecermos mais a biodiversidade passada da região gaúcha.

“Com isso, ele é mais um tijolo que é colocado na construção de um panorama sobre a fauna, o ambiente e o clima do passado (aproximadamente 235 milhões de anos atrás) do Rio Grande do Sul. E, como todos já sabemos, é somente quando olhamos para a dinâmica da Terra e da vida no passado que podemos compreender o futuro do nosso planeta”, explica ele.

A nova espécie já conta com uma reconstrução artística (escultura em vida) e está em exibição no Museu de Paleontologia Irajá Damiani Pinto, localizado no Campus do Vale da UFRGS (Avenida Bento Gonçalves, 9500, Agronomia, Porto Alegre). O museu conta com diversos fósseis da região e concentra o núcleo de Paleontologia do projeto Geoparque Vale do Rio Pardo.

Silessauros

Os silessauros foram, em geral, animais pequenos de aproximadamente um metro, e eram caracterizados por apresentarem um bico na região anterior da mandíbula, pernas e braços longos típicos de animais quadrúpedes e muito provavelmente apresentavam diversos hábitos alimentares, sendo em geral insetívoros – ainda que representantes herbívoros sejam comuns. Foram comuns durante o final do Triássico no mundo todo.

No Brasil, fósseis de silessauros ocorrem apenas no Rio Grande do Sul, em rochas do Triássico Médio de aproximadamente 240 milhões de anos atrás: Gamatavus antiquus (encontrada em Dilermando de Aguiar) e Gondwanax paraisensis (de Paraíso do Sul). Também no Rio Grande do Sul, porém em rochas mais jovens do Triássico Superior, de 233 a 225 milhões de anos atrás, os silessauros são encontrados junto a fósseis de dinossauros saurísquios, como o Amanasaurus nesbitti (de Restinga Sêca) e Sacisaurus agudoensis (de Agudo).

A nova espécie, Itaguyra occulta, viveu em um momento intermediário, aproximadamente 237 milhões de anos atrás, um intervalo ainda pouco conhecido para os paleontólogos. Ainda que conheçamos poucos elementos desta nova espécie, apenas os ossos da cintura foram recuperados, eles são bastante diagnósticos para identificar o grupo dos silessaurídeos.

O Itaguyra occulta viveu junto a parentes distantes dos mamíferos, como dicinodontes e os cinodontes herbívoros, além de outros répteis como os rincossauros e parentes distantes dos crocodilos.

“O nome desta nova espécie está ligado a como o fóssil foi ‘re-descoberto’, já que é derivado da palavra Tupi ‘Ita’ que significa ‘pedra’ e ‘guyra’ que significa ‘ave’, ou seja, a ave de pedra; e occulta, derivada do latim, oculto – pois seus restos estavam escondidos em meio a ossos de outros animais desta fauna ainda pouco conhecida”, diz Francesco Battista, pesquisador da UFRGS e um dos co-autores do artigo.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Rio Grande do Sul

“Nem o povo de Israel quer essa guerra, é um genocídio”, diz Lula sobre o conflito em Gaza
Banco Central lança Pix Automático para facilitar pagamentos recorrentes
https://www.osul.com.br/nova-especie-de-dinossauro-e-encontrada-no-rio-grande-do-sul/ Nova espécie de dinossauro é encontrada no Rio Grande do Sul 2025-06-01
Deixe seu comentário
Pode te interessar