Sexta-feira, 13 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2015
Otemor de a bateria acabar não foi um impedimento ao mercado de smartphones, mas tem prejudicado os carros elétricos. Agora, porém, alguns fabricantes de automóveis estão cada vez mais confiantes que seus veículos elétricos estão perto de superar a odiada “limitação de autonomia”. “As baterias estão avançando muito, muito rapidamente”, aponta Vincent Carré, diretor de vendas e marketing de carros elétricos da Renault, cujos modelos elétricos incluem o Zoe, um veículo compacto com uma autonomia de cerca de 270 quilômetros. “Tudo o que chamamos de ‘medo de ficar na estrada’ já é passado, porque sabemos que dentro de poucos anos vamos dobrar a autonomia de percurso dos carros, e depois disso, até 2020 acrescentaremos outros 30% ou 40%”, afirmou o executivo.
Analistas dizem que essa conversa sobre superação da autonomia é prematura, e ressaltam que o custo elevado das baterias está mantendo os carros elétricos como produtos de nicho. Mas algumas montadoras estão otimistas. “Nos bastidores, uma boa dose de progresso está sendo conseguida nessas tecnologias”, frisa Dan Ammann, presidente da General Motors, que está trabalhando no desenvolvimento de um carro elétrico denominado Bolt, com autonomia de 420 quilômetros e que custará 30 mil dólares.
Avanço das vendas ocorre na Europa.
Na Europa, pelo menos, as vendas de carros elétricos estão começando a avançar paralelamente às tecnologias alternativas também anunciadas como não agressivas ao ambiente. Espera-se que veículos elétricos, híbridos e com células de combustível a hidrogênio, deverão registrar um aumento de 30%, para 360 mil unidades, em suas vendas na Europa em 2015, de acordo com a LMC Automotive, firma especializada em análise de tendências. Na verdade, essa demanda está partindo de uma base baixa – 360 mil veículos equivalem a 2,5% de todas as vendas de automóveis europeus. E algumas serão devidas à crescente popularidade de modelos híbridos, dotados de motores elétricos suplementados por motores a gasolina, para amenizar as preocupações com limitações de autonomia.
Os números para a Europa como um todo mascararam amplas variações. Na Noruega, por exemplo, veículos elétricos e híbridos foram responsáveis por um terço do total das vendas de automóveis no primeiro trimestre de 2015, segundo a IHS Automotive. Isso se deve às elevadas tarifas de importação sobre veículos a gasolina. Na Alemanha, em contraste, somente 25 mil veículos elétricos estão, até agora, rodando nas vias expressas, apesar da meta governamental de venda de 1 milhão de carros com baterias recarregáveis até 2020.
Montadoras cautelosas.
E, assim como os consumidores têm relutado em adotar veículos elétricos, que ainda estão bem abaixo de 1% do total de vendas na maioria das economias desenvolvidas, algumas montadoras estão igualmente cautelosas. A Toyota e a Hyundai estão focadas na tecnologia de células de combustível a hidrogênio, enquanto outras, como a Ford, estão tentando melhorar seus motores a gasolina e diesel. Os carros elétricos e híbridos ajudam os fabricantes a compensar o impacto de veículos utilitários esportivos pesados, ao empenharem-se em cumprir as rigorosas metas de economia de combustível impostas pelas autoridades regulamentadoras – que são computadas com base em sua família inteira de modelos. Mas, devido aos custos elevados das baterias, poucas empresas ganham dinheiro com carros elétricos.
Cosmin Laslau, analista na Lux Research, afirma que as compras de baterias por muitas das montadoras de automóveis foram negociadas a preços bem acima do nível que ele considera necessário para a adoção de carros elétricos pelo o mercado de massa. Entretanto, esse quadro vai mudar. “Ao entrar em território seguramente inferior a 200/kWh [dólares por quilowatt-hora], os veículos elétricos de baterias recarregáveis passarão a ser um subconjunto firmemente consolidado no mercado automotivo mundial”, garante. (AG)