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Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2017
A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), em Brasília, a Operação Backbone para desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos da Caixa Econômica Federal por meio de irregularidades em contratos na área de TI (tecnologia da informação).
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão na capital federal. A suspeita é de que os desvios totalizaram cerca de R$ 385 milhões. Não foram expedidos mandados de prisão nem de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
Entenda
De acordo com as investigações, empresas de TI repassavam valores indevidos a uma empresa de consultoria por meio de contratos de prestação de serviços, em princípio, inexistentes. Parte dos valores recebidos era distribuída pela empresa de consultoria para os demais membros da organização criminosa.
Para justificar o aumento de seus patrimônios, os funcionários da Caixa e o sócio-administrador da empresa de consultoria realizavam contratos de compra e venda de imóveis, viabilizando assim a lavagem de dinheiro dos recursos obtidos ilicitamente. Teria ocorrido também irregularidades na formalização e fiscalização dos contratos dessas empresas com a Caixa.
A operação foi batizada de Backbone em referência à espinha dorsal de um sistema de rede de computadores, no jargão da informática. Os investigados, cujos nomes não foram divulgados, são suspeitos de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Alvos
Os alvos são empregados da Caixa, empresários da área de TI e uma empresa de consultoria que pertence a um ex-empregado do banco. “As investigações apontam que empregados da CEF, juntamente com o sócio-administrador da empresa de consultoria, receberam vantagens indevidas repassadas por empresas de TI, com a finalidade de cometer irregularidades na formalização e fiscalização dos contratos dessas empresas com a CEF”, relatou a PF.
Os envolvidos responderão pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e participação em associação criminosa.
Jogos
A Caixa Econômica Federal quer ser o agente operador de jogos de azar se estes forem legalizados no Brasil. A afirmação foi feita pelo presidente da instituição financeira, Gilberto Occhi, na segunda-feira, após cerimônia no Palácio do Planalto. Occhi declarou que já conversou sobre o tema com os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Benedito de Lira (PP-AL), respectivamente autor e relator de um projeto de lei que regulamenta os jogos eletrônicos, bingos e cassinos.
“Não vamos ter concessões disso tudo, mas acho que a Caixa, por ter credibilidade de jogos no país, tem condições de oferecer seu serviço à essa estruturação”, disse o presidente da Caixa. “Acho que é grande oportunidade. Temos todos os jogos eletrônicos no país e a receita vai para outros países. Temos a oportunidade de trazer esse investimento para o Brasil.”