Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2020
A prefeitura de Porto Alegre editará, nas próximas horas, um decreto municipal com novas restrições de atividades, no âmbito do combate ao coronavírus. Dentre as principais medidas estão a ampliação do horário do comércio de rua e nos shopping centers, que podem funcionar até as 20h, ao passo que bares e restaurantes passam a ter funcionamento restrito até as 22h.
A ideia é seguir as diretrizes previstas pelo decreto estadual publicado na véspera pelo governo do Rio Grande do Sul e que tornaram mais rígidas as condições impostas pelo sistema de distanciamento controlado, principalmente para as áreas gaúchas sob bandeira vermelha (alto risco epidemiológico). Vale lembrar que 19 das 21 “Regiões-Covid” estão sob tal status no mapa desta semana, incluindo a Capital.
A permanência das pessoas em parques e praças (mais de 600 na cidade) também deverá seguir o mesmo regramento definido pelo Palácio Piratini. Nesse sentido, a prefeitura ressalta que pedirá o apoio da BM (Brigada Militar) na fiscalização do cumprimento das medidas.
Ao divulgar o sinal vermelho ao processo de flexibilização que vinha sendo autorizado nos últimos meses, a prefeitura frisou que entende a motivação do governo gaúcho em impor essas e outras restrições e que concorda com as preocupações relativas ao atual momento epidemiológico. Ressalvou, porém, estar aberta a novos afrouxamentos para evitar impactos negativos à economia.
Repercussão
Nesta quarta-feira (2), o Sindha (Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região) divulgou nota, por meio da qual ressalta ter recebido as mudanças impostas pelo governo gaúcho no início desta semana como um alerta importante sobre a necessidade de ajuste às novas regras da bandeira vermelha. Para o presidente da entidade, Henry Chmelnitsky, são medidas inevitáveis para tentar evitar um colapso na rede de saúde da cidade:
“É claro que nos prejudica reduzir o horário de atendimento, mas infelizmente voltamos a um patamar delicado, com aumento dos casos. É preciso agir agora para evitar um novo fechamento”. Ele reiterou o fato de que o segmento tem se mobilizado para conscientizar a população.
O Sindha integra a mobilização “Atitude Responsável”, iniciativa em conjunto com o Sindilojas (Sindicato dos Lojistas do Comércio) e o CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) da capital gaúcha contra o avanço do coronavírus. Com esse objetivo, o grupo lançou na terça-feira (1º) a campanha “Porto Alegre precisa de você, agora”.
“Estamos comunicando em tom incisivo, com o senso de urgência que a situação impõe, somando esforços nessa mobilização coletiva em favor da saúde e da economia, queremos seguir trabalhando mas precisamos sensibilizar a população”, acrescentou o dirigente.
Já a Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes) no Rio Grande do Sul, em conjunto com o movimento Pólo Gastronômico de São Leopoldo e o SindGastrHô (Sindicato de Gastronomia e Hotelaria), estes dois últimos no âmbito do Vale do Sinos, enviou na segunda-feira um ofício ao governador Eduardo Leite.
“Restringir o funcionamento dos negócios agora é um retrocesso absurdo”, criticou a presidente da Abrasel no Estado, Maria Fernanda Tartoni. Segundo ela, as novas restrições podem reduzir em mais da metade o faturamento de quem opera em dois turnos, além de 19% de seus associados cujos negócios funcionam apenas à noite.
“Para muitos estabelecimentos, as vendas de jantares são melhores do que as de almoços”, continuou. “Ao diminuir e limitar horários, as empresas são empurradas cada vez mais para o vermelho e representa um risco de falência aos empreendedores.”
(Marcello Campos)
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