Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2021
A “herança” que Ronaldo Fenômeno, dono da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do clube mineiro, receberá do “Cruzeiro Velho” é um grande passivo financeiro que terá de ser resolvido pelo dono da Raposa. A primeira é uma dívida de R$ 20 milhões na Fifa (entidade máxima do futebol) para a derrubada do Transfer Ban e liberar o registro de novos jogadores. A outra é preocupação é um débito de R$ 30 milhões de dívidas com o Pyramids, do Egito, pela compra do meia Rodriguinho, que já deixou o clube.
O valor foi atualizado pelo presidente do clube, agora associação civil, Sérgio Santos Rodrigues. “Por exemplo, R$ 20 milhões de transfer ban que a gente está, é ele (Ronaldo) quem vai pagar. Em tese, essa é uma dívida da associação, mas, se não pagar, não tem futebol. Ano que vem vamos ter de novo uma grande, do Rodriguinho, que foi comprado e mais uma vez não foi pago. Salvo engano, é mais de R$ 30 milhões do Rodriguinho”, disse Sérgio ao canal da Máfia Azul, organizada do clube, que prosseguiu:
“Estou falando de um investimento que precisa ser feito, é para garantir uma operação boa no ano que vem, para não ter atraso de salário e punição na Fifa”, explicou Sérgio Rodrigues.
O Cruzeiro foi condenado pela Fifa em dezembro de 2020 para pagar 3 milhões de dólares (cerca de R$ 17 milhões) ao clube egípcio pelo não pagamento de quatro parcelas de 500 mil dólares, mais uma parcela de 1 milhão de dólares, não pagas entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020, pela compra de Rodriguinho, em 2019.
A Raposa também foi condenada a pagar 300 mil dólares (R$ 1,7 milhão) de multa. O clube mineiro recorreu, mas ainda não teve veredito do seu pedido de revisão do caso.
Vida empresarial
A vida empresarial de Ronaldo se iniciou formalmente em 1998, naquele que seria o seu ano mais difícil dentro de campo, quando teve uma convulsão antes da final da Copa do Mundo na França e, mesmo assim, entrou no jogo. O atacante parecia sentir que toda aquela cobrança, que chegava a afetar o seu bem-estar, tinha de ter um plano B, caso, por contusão, questão de saúde ou até um encerramento natural da carreira, fosse preciso gerir uma nova vida. A carreira de um jogador termina quando ele tem, em média, 35 anos. Algumas se prolongam por temporadas a mais. No caso de Ronaldo, ele anunciou sua aposentadoria aos 34 anos.
Então vieram empreendimentos como a boate R9, em 1998, já extinta, no Leblon, e o centro de fisioterapia R9, criado em 2002, após ele se recuperar de ruptura no joelho e ser campeão mundial, que se mantém ativo no Rio. Eram negócios ligados à própria vida de Ronaldo: o gosto pela diversão com amigos e a preocupação em cuidar do corpo, principalmente em relação à recuperação física.
Já em 2010, em meio à sua trajetória no Corinthians, por onde atuou entre 2009 e 2011, após jogar no Milan, ele investiu na empresa de marketing 9ine, que passou a gerir a carreira de atletas e de artistas. Foi mais uma etapa em que ele espelhou novamente um tema ligado à própria vida: como lidar com as idas e vindas de uma carreira bem-sucedida, ou promissora, para que ela não se perdesse na empolgação e na falta de planejamento. A empresa também não teve continuidade.
Ronaldo abria e fechava seus negócios, sempre sem revelar o tamanho dos investimentos. Sabia usar sua imagem e ela era uma porta aberta para parceiros e divulgação. O carisma de Ronaldo também sempre o ajudou no futebol. Sabia que poderia levá-lo para outros negócios. As informações são do site Lance e do jornal O Estado de S. Paulo.