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Saúde Novo estudo indica que medicamentos como Ozempic são associados a menor risco de esclerose múltipla

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Ozempic, Saxenda e Mounjaro são alguns dos novos remédios usados para obesidade. (Foto: Divulgação Eli Lilly/Novo Nordisk)

Pesquisadores americanos das Universidades de Nebraska, do Texas e de Washington publicaram um estudo na revista científica Therapeutic Advances in Neurological Disorders em que defendem a possibilidade de reposicionar os medicamentos chamados de análogos de GLP-1 – classe terapêutica à qual pertence o Ozempic – para o tratamento da esclerose múltipla (EM).

No trabalho, os pesquisadores analisaram dados da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, e encontraram uma relação entre o uso dos remédios e uma incidência menor da doença. O achado acompanha resultados de outras pesquisas, conduzidas com animais, que apontaram um potencial benefício das drogas do tipo na esclerose múltipla.

Os medicamentos simulam o hormônio GLP-1, atuando nos seus diversos receptores pelo corpo humano. No pâncreas, por exemplo, essa interação estimula a produção de insulina, motivo pelo qual os fármacos foram desenvolvidos, inicialmente, para diabetes tipo 2.

No cérebro, essa atuação induz a sensação de saciedade e, no intestino, retarda a velocidade da digestão, fatores que fizeram os medicamentos proporcionarem uma perda de peso inédita. Algumas substâncias que fazem parte dos análogas de GLP-1 são a semaglutida, do Ozempic e do Wegovy; a tirzepatida, do Mounjaro; a liraglutida, do Saxenda, e a dulaglutida, do Trulicity.

A hipótese de que eles poderiam ter uma ação contra a esclerose múltipla partiu da relação entre a doença e a obesidade. Um trabalho recente, de pesquisadores do prestigiado Instituto Karolinska, na Suécia, observou que o excesso de peso na infância está associado a um risco 2,3 vezes maior de desenvolver a esclerose múltipla.

“A relação entre a esclerose múltipla (EM) e a obesidade é multifacetada. A obesidade é um fator de inflamação sistêmica e local. Vários estudos demonstraram que a obesidade na primeira infância ou na adolescência aumenta o risco de EM. A obesidade também é um modificador da doença na EM. Os pacientes recém-diagnosticados com EM que são obesos tendem a apresentar doença mais grave e resultados piores. Além disso, foi relatado que a obesidade está associada a uma resposta menos favorável às terapias modificadoras da doença”, escreveram os cientistas no novo estudo.

Para analisar um possível efeito dos análogos de GLP-1, eles utilizaram uma técnica chamada de Reporting Odds Ratio (ROR). A estratégia calcula o quanto um determinado efeito é associado a um medicamento em comparação a todos os outros remédios. Ainda que o método tenha suas limitações, é possível observar, por exemplo, que determinado fármaco é relacionado a uma incidência menor, ou maior, de um problema – nesse caso, à esclerose múltipla.

Os pesquisadores utilizaram o Sistema de Notificação de Eventos Adversos da FDA (FAERS) para acessar os dados necessários. Eles observaram que as notificações de esclerose múltipla após o uso de remédios como o Ozempic foram significativamente menores que a taxa geral para todos os medicamentos, chegando a ser 80% inferior.

“De modo geral, este estudo sugere a possibilidade de considerar os medicamentos antidiabéticos com efeitos indutores de perda de peso, especialmente os agonistas do receptor de GLP-1, para possíveis oportunidades de reposicionamento na EM. Esses achados devem ser validados por meio de metodologias complementares e estudos prospectivos”, escrevem os cientistas.

Em 2016, um estudo dinamarquês com a liraglutida envolvendo 30 camundongos com um modelo animal da esclerose múltipla já havia mostrado que o uso do medicamento, um análogo de GLP-1, retardou o início da doença em dois dias e reduziu significativamente a severidade do quadro.

Os cientistas notaram uma “melhora da capacidade antioxidante mitocondrial” e redução de “marcadores de neurodegeneração”. Na época, também escreveram que os “dados sugerem que os agonistas de GLP-1 devem ser investigados mais a fundo como uma terapia potencial para a EM”.

No novo estudo, os cientistas afirmam que os medicamentos da classe terapêutica “estão recebendo cada vez mais atenção por suas propriedades neurotróficas e neuroprotetoras”. “Vale ressaltar que os pericitos do cérebro, um componente celular essencial da barreira hematoencefálica (BBB), expressam o receptor de GLP-1”, continuam.

Por isso, além de reduzirem a obesidade, que é um fator que agrava a esclerose múltipla, os pesquisadores explicam que “essas propriedades neuroprotetoras dos agonistas do receptor de GLP-1 podem fornecer uma perspectiva em potencial para interpretar as descobertas do nosso estudo”, ainda que reconheçam “a natureza especulativa” da relação.

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