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Brasil O número de adoções no Brasil cai quase 40% por causa da pandemia

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No País, são mais de 36 mil candidatos a pais e mães e pouco mais de 5 mil crianças e jovens que esperam em abrigos e famílias acolhedoras

Foto: Divulgação
No País, são mais de 36 mil candidatos a pais e mães e pouco mais de 5 mil crianças e jovens que esperam em abrigos e famílias acolhedoras. (Foto: Divulgação)

O número de adoções no Brasil caiu quase 40% por causa da pandemia. Há cinco meses, todos os dias na casa do Gustavo tem o encanto de um dia das crianças. Com direito a chamegos, passeios pela natureza, brincadeiras e, claro, broncas na hora dos deveres da escola. “Ele sempre fala assim: ‘tem que ter foco e determinação’”, conta o menino.

Aos 11 anos, Gustavo está aprendendo a ler e a escrever e superando dores e carências com Erasmo, que é professor e, em plena pandemia, realizou o sonho de ser pai. “Eu sempre quis ser pai, mesmo sem saber muito bem, quando eu era criança, e fui crescendo e sempre falando que um dia teria um filho por adoção”, conta Erasmo Coelho, professor.

O cadastro no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento tinha sido feito em junho de 2019. Gustavo morava em um abrigo na Grande São Paulo e o candidato a pai no interior do Rio. E, quando se viram pela primeira vez por foto e vídeo.

“Encontrei uma foto dele dizendo que o Gustavo queria uma família. Quando eu olhei, eu me encantei”, afirma Erasmo. “Na hora que eu vi o sorriso dele, eu me apaixonei por ele”, diz Gustavo Coelho, de 11 anos.

O processo de adoção foi finalizado de forma remota e, muitos telefonemas e videochamadas depois, pai e filho puderam finalmente se abraçar pela primeira vez. Mas esse momento tão esperado por tantos candidatos à adoção ficou ainda mais difícil e demorado em 2020.

De janeiro a agosto, o número de adoções no Brasil caiu 39% em relação ao mesmo período de 2019. Adiar abraços que selam novas famílias é mais um efeito triste da pandemia.

“A necessidade de fechar os fóruns pelo Brasil por conta da quarentena acabou trazendo dificuldade de tocar os processos de adoção, especialmente aqueles processos físicos, aqueles processos em papel. Nos locais em que os processos já são digitais, ficou um pouco mais fácil de continuar tocando as adoções, inclusive várias foram iniciadas e terminadas mesmo durante a quarentena”, explica Iberê de Castro Dias, juiz da Vara da Infância e da Juventude.

No País, são mais de 36 mil candidatos a pais e mães e pouco mais de cinco mil crianças e jovens que esperam em abrigos e famílias acolhedoras. A maioria tem mais de 3 anos, muitos têm irmãos, situações que ainda dificultam a adoção.

O Del tem 14 anos e, no abrigo onde mora, todos vivem a ansiedade da espera. “Muitas pessoas conversam, tipo quero ser adotado. Na verdade, todo mundo lá quer ser adotado, só está esperando uma oportunidade”, conta.

Mas o juiz lembra que casos como o do Erasmo e do Gustavo mostram que esse gesto de vontade e amor tem força. “Saber que essas adoções aconteceram durante a quarentena nos dá esperança de que temos essa solução ainda, que tem saída, e que esses números vão melhorar de agora em diante”, diz o juiz.

“Está sempre abraçando, está sempre beijando, assim, um amor de criança”, conta o professor Erasmo. “É muito legal morar com ele, muito, muito mesmo. Meu pai”, diz Gustavo.

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https://www.osul.com.br/numero-de-adocoes-no-brasil-cai-quase-40-por-causa-da-pandemia/ O número de adoções no Brasil cai quase 40% por causa da pandemia 2020-10-18
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