Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nessa terça-feira (10), ter tido qualquer intenção de dar um golpe de Estado no País, e afirmou que uma atitude nesse sentido é “abominável”.
“Só tenho uma coisa a afirmar a Vossa Excelência. Da minha parte, ou da parte dos comandantes militares, nunca se falou em golpe. Golpe é uma coisa abominável. O golpe até seria fácil de começar, o after day [dia seguinte] é que seria imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas”, frisou.
Segundo Bolsonaro, “não foi sequer cogitada essa possibilidade de golpe” no governo dele.
O ex-presidente também citou o caso das invasões das Sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, e diz que os verdadeiros culpados foram embora logo após os episódios de vandalismo.
“Nunca fugi das quatro linhas da Constituição. Golpe? Eu fico até arrepiado quando se fala que o 8 de Janeiro foi um golpe. Aquelas 1.500 pessoas, pobres coitados. Que até foi levantado por alguns que me antecederam agora aqui, 100 ônibus chegaram na região do setor militar urbano na madrugada de domingo. E esse pessoal foi embora logo depois da baderna”, disse o ex-presidente.
“Quem realmente fez, foi embora. Agora, aquilo não é golpe. Não foi encontrada uma arma de fogo junto àquelas pessoas”, afirmou no depoimento.
Urnas
Questionado sobre declarações a respeito das urnas eletrônicas, Bolsonaro manteve seu posicionamento de defesa do voto impresso e afirmou que criticar ou desconfiar do processo eleitoral é um direito democrático.
“Eu não falo a palavra ‘ataques’, me desculpe. São críticas. […] A crítica, a meu entender, está longe de ser um ataque. A imprensa adora usar a palavra ataque, quando é meu nome no balcão. Críticas, no meu entender, são bem-vindas num Estado Democrático de Direito”, afirmou.
Bolsonaro mencionou ainda declarações do ministro do STF Flávio Dino e de deputados de esquerda que questionavam a lisura das urnas, de forma a demonstrar que não era o único a ter dúvidas sobre as eleições.
No início do depoimento, Bolsonaro pediu desculpas a Moraes por acusar a ele e a outros ministros do Supremo de receber milhões de reais para acobertar fraudes nas eleições. O ex-presidente admitiu não ter nenhum fundamento para as declarações.
“Não tenho indício nenhum. Tanto é que não era uma reunião para ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fossem outros ocupando, teria falado a mesma coisa, então me desculpe, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores”. (Com informações da CNN Brasil)