Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2019
O advogado Frederick Wassef, que defende o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), classifica como uma “barbaridade” a investigação feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro contra o senador e filho do presidente da República.
“Se ilegalidades absurdas e seguidas foram cometidas no caso Flávio Bolsonaro, o primeiro passo é barrá-las. Não vou abrir mão dos direitos do meu cliente e deixar barbaridades serem cometidas por estar preocupado sobre qual seria a percepção do público”, disse na terça-feira (23). Segundo ele, a Promotoria não tem nada contra Flávio, mas tem como objetivo atingir não só o senador, mas o presidente Jair Bolsonaro, de quem Wassef é amigo há cinco anos.
Na semana passada, atendendo a pedido de Wassef, o ministro Dias Toffoli determinou que investigações que tiveram origem no envio de dados detalhados ao Ministério Público por autoridades fiscais sem aval do Judiciário fiquem suspensas até que o STF (Supremo Tribunal Federal) defina regras para o compartilhamento de informações.
Isso envolve troca de dados entre o Ministério Público e órgãos como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Receita Federal e Banco Central. “O que não podemos é o poder ilimitado e sem controle de alguns membros do Ministério Público adentrar na vida financeira de qualquer indivíduo”, afirmou Wassef.
O advogado também saiu em defesa de Fabrício Queiroz, espécie de chefe de gabinete de Flávio nos tempos de Assembleia Legislativa do Rio e pivô da investigação. “Por todos os elementos que vi, não há indício de crime ou ilícito.”
Desde janeiro a defesa de Flávio tenta bloquear as investigações. Há algum temor sobre o andamento do caso?
“Não. Qualquer cidadão brasileiro para ser objeto de investigação, as regras e as leis devem ser observadas. É obrigação de qualquer advogado analisar essas questões. Se ilegalidades absurdas e seguidas foram cometidas no caso Flávio Bolsonaro, o primeiro passo é barrá-las”. “Não vou abrir mão dos direitos do meu cliente e deixar barbaridades serem cometidas por estar preocupado sobre qual seria a percepção do público”.
Não é uma contradição com o discurso da família Bolsonaro de combate à corrupção e apoio ao Ministério Público? De forma nenhuma. O que o senador Flávio Bolsonaro reclamou foi do cometimento de irregularidades. Só porque ele é o filho do presidente, devemos compactuar com elas?
“Ninguém presta atenção a uma assessora que movimentou R$ 50 milhões [referência à movimentação atípica de assessores do deputado André Ceciliano (PT)] e faz uma tempestade em copo d’água na movimentação de um ex-assessor de R$ 600 mil [de entradas] cuja a origem é lícita e provada?”
A investigação começou em janeiro de 2018. Um ano e meio depois, o que se tem contra Flávio Bolsonaro?
“Nada. Apenas quebra de sigilo ilegal. E mesmo nessa quebra não existe nada”, disse Wassef.
O sr. sabe onde está o Queiroz?
“Não tenho ideia”.
O senador tem contato com ele?
“Não tem contato com ele e, pelo que sei, essa pessoa está se tratando de um câncer grave. Ele já se manifestou no Ministério Público. Não há qualquer novidade que o Queiroz pode trazer à baila. Ele já disse que angariava recursos e tentou ampliar sua base de atuação, subcontratando mais pessoas para agirem nas comunidades carentes”.