Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2019
Apesar de o Rio Grande do Sul ainda não ter casos confirmados de febre amarela nos últimos tempos, diversas ações buscam preparar a assistência e vigilância para a possível reintrodução, no Estado, de uma doença que tem atualmente no Brasil o seu maior surto já registrado. O assunto motivou, nessa sexta-feira, a realização de um evento pela UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) em parceria com a SES (Secretaria da Saúde).
A atividade contou com a presença do médico Rafael Galliez, do Ieiss (Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião) do Rio de Janeiro. Ele destacou o que considera o maior desafio para a organização da assistência médica: “A febre amarela é uma doença que ocorre em áreas de mata, onde o acesso do paciente aos serviços de saúde é dificultado pelas distâncias”.
Ainda segundo o especialista, essa situação como o principal motivo para a qualificação da rede assistencial. Com equipes preparadas, os profissionais conseguem rapidamente identificar os casos suspeitos e indicar o tratamento.
Desde 2017, o Estado de São Paulo passou a apresentar casos de febre amarela. Na sequência, o vírus se propagou para o Paraná e, por último, Santa Catarina, sempre pela área rural. No Rio Grande do Sul não são identificados casos transmitidos dentro do Estado desde 2009. Conforme o Ministério da Saúde, já foram confirmados no país, neste ano, 85 casos em humanos, dos quais 15 resultaram em óbitos.
As áreas mais suscetíveis para o retorno da doença ao Estado são o norte, a Serra e o Litoral Norte, em virtude da divisa com Santa Catarina e onde há a presença de áreas silvestres de mata.
A chefe da Divisão Epidemiológica do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), Tani Ranieri, que também foi painelista do evento, detalhou as principais ações já realizadas pela SES no Rio Grande do Sul. Dentre elas está a visitação, de casa e, casa, em áreas rurais de 17 cidades das regiões mais propensas à chegada da doença. Essa estratégia ainda está em andamento e abrangerá outros municípios próximos a Santa Catarina.
Sintomas
Os primeiros sintomas da febre amarela são início súbito de febre, calafrios, dor-de-cabeça intensa, dores nas costas e no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas até um dia inteiro sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
Depois de identificar alguns desses sintomas, o indivíduo deve procurar um médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. O mesmo vale se for observada mortandade de macacos próximo aos lugares que a pessoa visitou, assim como picadas de mosquito. Também é preciso relatar se o indivíduo tomou a vacina contra a febre amarela e, caso sim, quando isso ocorreu.
(Marcello Campos)