Quinta-feira, 24 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 18 de junho de 2025
Depois do lançamento do Pix Automático, uma das próximas atualizações do Banco Central para o sistema de pagamentos instantâneos é a nova versão do Mecanismo Especial de Devolução (MED).
O MED 2.0, como será conhecido, terá como objetivo ampliar os recursos contra transferências fraudulentas, fazendo com que os valores roubados possam ser rastreados para além da primeira conta receptora usada no golpe.
O MED 2.0 permitirá que o Banco Central procure pelo dinheiro roubado em até cinco níveis de transferência, ou seja, conseguirá identificar o caminho feito por contas secundárias usado pelos golpistas após a transferência inicial.
Para que o sistema seja implementado, o Banco Central precisará coordenar essa operação com todas as empresas habilitadas para operar o pix.
Também será necessário que o processo de denúncia sem intermediários funcione, o que está previsto para ser iniciado até 1º de outubro.
O MED 2.0 está previsto para chegar no primeiro trimestre de 2026.
Como o MED funciona hoje? Hoje, o mecanismo de devolução permite que o dinheiro transferido seja rastreado apenas até a primeira conta para onde foi enviado.
No modelo atual, a pessoa que sofreu a fraude notifica a sua própria instituição financeira do ocorrido, que verifica se realmente há sinais de golpe. Caso haja evidências suficientes, a instituição notifica o Banco Central, que então entra em contato com a instituição financeira que recebeu o valor transferido.
Depois disso, é verificado se a conta bancária receptora tem ou não saldo disponível. Se a resposta for sim, então o valor pode ser devolvido, mas caso a conta não tenha saldo suficiente, a devolução do pix fraudulento é rejeitada.
Isso acontece porque o MED não funciona como uma reversão de pagamento (“chargebak”), assim como uma contestação de uma compra no cartão de crédito, por exemplo. A devolução dos recursos pelo MED só ocorre se houver dinheiro na conta receptora.
Porém, as quadrilhas especializadas em aplicar golpes de pix tendem a redistribuir o dinheiro desviado em diferentes contas com rapidez, enquanto a vítima ainda realiza os procedimentos necessários para pedir a devolução do dinheiro.
Assim, quando a instituição financeira verifica o saldo da conta receptora, existe a possibilidade do valor não estar mais lá e a vítima ficar no prejuízo. As informações são do jornal Valor Econômico.