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Esporte O Barcelona, clube mais rico do mundo, afundou em crise financeira

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Dirigentes culpam a pandemia, mas muitos de seus problemas, incluindo a enorme dívida com Lionel Messi, são responsabilidade deles. (Foto: Miguel Ruiz/FC Barcelona)

O cuidadoso plano arquitetado pelo Barcelona, o clube de futebol mais rico do mundo, começou a desmoronar assim que os executivos se sentaram para negociar. Em uma tarde de verão, eles foram até um dos hotéis mais exclusivos de Monte Carlo a fim de discutir com o Borussia Dortmund a compra de um dos jovens mais promissores da Europa, o atacante francês Ousmane Dembélé.

O Barcelona havia decidido sua estratégia e seu preço: Dembélé, aos olhos do clube, valia 96 milhões de dólares, nem um centavo a mais. Por mais que o Dortmund pressionasse, os catalães se manteriam firmes. Eles se prepararam antes de cruzar a porta, mas, ao entrar, perceberam que o Dortmund também já havia traçado um plano: como tinham um avião para pegar, não haveria tempo para conversas. Se o Barça quisesse Dembélé, deveria pagar o dobro: 193 milhões de dólares — esse valor transformaria o francês no segundo jogador mais caro da História.

O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, ficou chocado. Mas não desistiu. Ele rapidamente concordou em pagar quase o valor integral, com 127 milhões de dólares à vista, além de 50 milhões caso o jogador cumprisse metas de desempenho fáceis de atingir. Apesar do desejo de endurecer as negociações, ele sentiu que não tinha alternativa.

Apenas algumas semanas antes, o Barcelona havia visto uma de suas joias, Neymar, ser tomada pelo Paris Saint-Germain. Bartomeu não podia arriscar voltar para casa de mãos vazias e decepcionar uma base de fãs que ainda se recuperava do baque. Ele precisava de um troféu e teve que pagar o preço.

O clube de bilhões de dólares

Durante grande parte da última década, o Barcelona pareceu um colosso esportivo e comercial. Seu sucesso em campo e sua riqueza fora dele fizeram inveja até mesmo em seus maiores rivais. É o primeiro (e único) clube a ultrapassar 1 bilhão de dólares em receita anual e que emprega, talvez, o melhor jogador da história: Lionel Messi. Nos dias de jogos, o icônico estádio Camp Nou fica lotado com quase 100.000 sócios do clube.

Mas o Barcelona tem vivido no limite durante grande parte de sua história recente, uma consequência de anos de administração impulsiva, decisões precipitadas e contratos imprudentes. Durante muito tempo, o aumento das receitas ajudou a esconder os piores erros, mas o coronavírus mudou a equação.

Um ex-membro do conselho acredita que a pandemia acabará custando à equipe — que tem a folha de pagamento mais alta da Europa — mais de meio bilhão de dólares em receita. O Barcelona já quebrou acordos estabelecidos com credores para o pagamento de dívidas, o que quase certamente representará juros mais altos no futuro.

Como resultado, o clube que arrecadou mais dinheiro que qualquer outro no futebol mundial agora enfrenta uma crise: não apenas um estrangulamento financeiro, mas uma eleição presidencial controversa e a possível perda de mais uma joia: Messi. A negociação apressada por Dembélé, entre outros, é apenas uma parte de como os catalães chegaram até aqui.

Quando Bartomeu finalizou o negócio, em agosto de 2017, o Barcelona já sabia que estava com problemas. O clube arrecadara 222 milhões de dólares com a venda de Neymar semanas antes e precisava de uma contratação de impacto para virar a chave. Todo clube vendedor na Europa, entretanto, sabia que o Barcelona era rico em dinheiro e pobre em tempo.

Se algum clube poderia pagar a mais, porém, era o Barcelona. Na década anterior, o clube havia se transformado não apenas no melhor time do mundo — vencedor de três títulos da Champions League em sete anos — mas também na maior máquina de fazer dinheiro. Suas receitas, então, se aproximavam cada vez mais da meta de um bilhão de euros fixada por Bartomeu em 2015. Ela atingiu a marca — em dólares, pelo menos — em 2019, dois anos antes do previsto. Os planos para construir um distrito elegante de entretenimento e lazer ao redor do estádio do time e o lançamento do Centro de Inovação de Barcelona manteriam o fluxo de dinheiro.

No entanto, ao mesmo tempo, o clube caminhava em uma corda bamba financeira cada vez mais delicada. Há outra marca de um bilhão de dólares que ele ultrapassou: sua dívida total, incluindo o valor devido a bancos, autoridades fiscais, times rivais e seus próprios jogadores, aumentou para mais de 1,1 bilhão de euros.

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https://www.osul.com.br/o-barcelona-clube-mais-rico-do-mundo-afundou-em-crise-financeira/ O Barcelona, clube mais rico do mundo, afundou em crise financeira 2021-02-13
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