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Por Redação O Sul | 13 de fevereiro de 2021
Nos Estados Unidos, uma bebê nasceu com anticorpos contra o coronavírus após a mãe ser vacinada quando estava grávida. O caso é inédito, segundo os pesquisadores da Flórida, e foi publicado na plataforma medRvix, no dia 5 de fevereiro. O estudo preliminar ainda não foi revisado por outros cientistas. A mulher, uma profissional de saúde, recebeu a vacina da Moderna, que utiliza tecnologia mRNA, três semanas antes do parto normal. Inclusive, a mãe já tomou a segunda dose da vacina.
“Demonstramos que os anticorpos IgG contra SARS-CoV-2 são detectáveis em uma amostra de sangue do cordão umbilical de um recém-nascido após uma única dose da vacina Moderna. Assim, há potencial para proteção e redução do risco de infecção de SARS-CoV-2 com a vacinação materna”, escreveram os cientistas no estudo. De acordo com a publicação, a eficácia protetora da vacina em recém-nascidos e o momento ideal de vacinação em grávidas permanecem desconhecidos.
Além disso, os pesquisadores afirmam que mais estudos são necessários para entender a quantidade de anticorpos neutralizantes virais presentes em bebês nascidos de mães que foram vacinadas antes do parto e que não tiveram coronavírus. Os cientistas também explicam que a duração da proteção do anticorpo ainda é desconhecida. “Pedimos para outros investigadores que criem registros de gravidez e amamentação, assim como conduzam estudos de eficácia e segurança das vacinas de covid-19 em mulheres grávidas, lactantes e seus filhos”, disseram.
Eficácia
Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, mostrou que uma droga experimental, a EIDD-2801, pode ser eficaz no combate à infecção pelo novo coronavírus e no tratamento da covid-19. Os resultados, publicados na revista Nature, indicam que o medicamento consegue interromper a proliferação do vírus dentro do corpo humano e até previnir a entrada dele em células humanas.
Os testes, até o momento, foram realizados em animais dentro de laboratórios. Estudos de fase 3, que buscam atestar a segurança e eficácia da droga em seres humanos, ainda estão sendo organizados.
Em laboratório, roedores transplantados com tecidos de pulmão humano infectado pelo novo coronavírus receberam oralmente o medicamento. De 24 horas a 48 horas antes de tomarem a droga, os próprios camundongos foram expostos ao vírus para garantir a infecção. A cada 12 horas, eles tomavam mais uma dose do remédio.
Segundo J. Victor Garcia, um dos autores do estudo e diretor do Centro Internacional para Avanço da Ciência Translacional, os animais que começaram o tratamento 48 horas após a exposição ao vírus tiveram resultados animadores, com redução de 96% da carga viral. E os camundongos que receberam o medicamento 24 horas depois de infectados tiveram resultados ainda melhores.
“Descobrimos que o EIDD-2801 teve um efeito notável na replicação viral após apenas 2 dias de tratamento –uma dramática redução de mais de 25.000 vezes no número de partículas virais no tecido pulmonar quando iniciado 24 horas após a exposição ao vírus”, disse Garcia no anúncio dos resultados.
Além da eficácia no combate à infecção em animais, os pesquisadores também testaram a capacidade da droga em prevenir o desenvolvimento da covid-19. Para isso, um 3º grupo de roedores foi separado e medicado 12 horas antes da exposição ao coronavírus. Os animais continuaram a receber a droga a cada 12 horas após a infecção.
Segundo os resultados, a carga viral diminuiu 100 mil vezes nos tecidos de pulmão humano presentes no camundongos. Isso indica que a droga também tem potencial para previnir a manifestação da doença.
Outro ponto investigado no estudo foi se a EIDD-2801 poderia ter um efeito similar sobre outros coronavírus causadores de síndromes respiratórias aguda graves, como o Sars e o Mers, responsáveis por surtos em 2002 e 201, respectivamente. Os resultados foram positivos e indicam a possibilidade de prevenção de futuras pandemias.