Terça-feira, 18 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2019
Relatório do BTG publicado nesta segunda-feira (7), indica que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) poderá acelerar ainda mais a venda das ações de sua carteira para cumprir a meta de devolução de recursos ao Tesouro Nacional.
A estimativa é que o banco tenha colocado quase R$ 12 bilhões no mercado ao longo de todo o ano de 2018, quase o dobro de 2017, quando desencarteirou R$ 6,7 bilhões. Na avaliação dos analistas do BTG, o banco provavelmente terá que “vender parte (ou toda) as as ações de empresas brasileiras listadas” que tem em carteira para pagar o montante que a equipe econômica espera receber.
Para o BTG, não pode ser descartada a venda em bloco de alguns papéis. Atualmente, a carteira de ações do banco é avaliada em R$ 100 bilhões, quase 70% disso em ações da Petrobrás (cerca de R$ 50 bilhões) e Vale (R$ 20 bilhões).
Mesmo assim, baseados no perfil da carteira e no número de dias com negociação de cada papel, os analistas do BTG apontam algumas ações do setor elétrico, como Copel e AES Tietê, junto com Cimentos Tupy e JBS, entre as que podem sofrer maior pressão vendedora. Por outro lado, a análise do BTG, indica que papéis de empresas como Marfrig, Cemig, Tupy, Iochpe e Linx podem se beneficiar com o aumento da liquidez.
No relatório, o BTG destaca ainda a nova política de investimentos em ações aprovada pelo banco no ano passado. A expectativa é que os incentivos aprovados pelo banco aumentem o número de companhias listadas no mercado brasileiro. “Essa nova política deve inaugurar uma nova fase de investimentos do BNDES em ações”, aposta o BTG citando, os períodos entre 2007-2011, quando o banco investiu R$ 8,6 bilhões em 35 empresas, e 2012-2015, quando foram alocados R$ 6,3 bilhões em 23 operações.
“Caixa preta”
Após sua eleição Jair Bolsonaro falou sobre a sua determinação de abrir os sigilos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social tão logo assumisse o governo. Nas redes sociais, ele usou na época a expressão “abrir a caixa-preta”, que, segundo o presidente eleito, é um “anseio” dos brasileiros.
“Firmo o compromisso de iniciar o meu mandato determinado a abrir a caixa-preta do BNDES e revelar ao povo brasileiro o que foi feito com seu dinheiro nos últimos anos. Acredito que esse é um anseio de todos”, escreveu então Bolsonaro, no Twitter.
Segundo o agora presidente, esta seria uma de suas prioridades. “Vamos abrir todos os sigilos do BNDES, sem exceção. É o dinheiro do povo e nós temos que saber onde está sendo usado.”
O BNDES foi alvo de investigações da Polícia Federal, que indiciou os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci, o ex-presidente da instituição Luciano Coutinho, além do empresário Joesley Batista, da JBS, por suspeitas de operações ilícitas.